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Arruda conta com "ajuda" de ACM para não ser cassado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-líder do governo no Senado José Roberto Arruda (DF) desligou-se do PSDB, mas não renunciará ao mandato. Pelo menos não nas próximas horas. Apesar do clima favorável à cassação, predominante no Senado nesta quarta-feira, e da pressão de ex-companheiros de partido, todos convencidos de que o senador não terá outra alternativa para tentar salvar sua carreira política em 2002, prevaleceu a avaliação de que ele ainda tem tempo para decidir. Arruda deverá depor no Conselho de Ética do Senado às 9h da próxima sexta-feira, ainda no exercício do mandato, porque até seus amigos mais próximos avaliam que ele perdeu o "timing" (momento propício) da renúncia, aguardada no discurso de segunda-feira, quando confessou ter participado da violação do sigilo do painel eletrônico no processo de cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Ele foi aconselhado a aguardar o depoimento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-PE), nesta quinta-feira ao Conselho de Ética, e espera tirar daí uma nova chance para se movimentar. ?A salvação de Arruda, até para encaminhar uma renúncia em condições mais favoráveis, pode ocorrer no depoimento de ACM, caso o senador baiano passe à opinião pública a impressão de que mentiu mais do que ele?, argumenta um cardeal do PSDB. Ainda que isto não ocorra, Arruda está decidido a deixar a renúncia como último recurso e aposta que ACM pode ajudar os dois a se livrarem da cassação. Além disso, Arruda conta com o regimento interno da Casa, que permite a renúncia até o início do processo de cassação. Como as investigações ainda estão em fase de coleta de depoimentos, o relator do caso da quebra do sigilo da votação eletrônica, senador Saturnino Braga (PSB-RJ), deverá consumir pelo menos mais dez dias até a apresentação de seu relatório. Só depois de apresentado o relatório propondo a punição, considera-se iniciado o processo. A dificuldade, neste caso, é o fato de a grande maioria dos senadores já ter concluído que Arruda também mentiu no segundo discurso, quando se propôs a dizer a verdade. Ele foi desmentido pelo marido da ex-presidente do Serviço de Processamento de Dados do Senado (Prodasen) Regina Borges, que confirmou a versão da mulher, segundo a qual Arruda não teria feito uma consulta sobre a possibilidade de violação do painel e sim dado uma ordem para que ela o fizesse, em nome de ACM. ?O Arruda vai percorrer todos os passos na Casa para defender seu mandato?, resumiu o líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), um dos que mais têm defendido a tese da ampla defesa, ao lado do ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga. Ainda assim, a avaliação geral é pessimista. Reunidos na noite de terça-feira no gabinete do presidente nacional do PSDB, senador Teotônio Vilela (AL), os dirigentes tucanos avaliaram que, seja agora ou daqui a alguns dias, Arruda não tem saída fora a renúncia. ?Se ele tiver a percepção da gravidade do que fez, ele renuncia?, disse um dos presentes, convencido de que esta é a única forma de ele salvar uma candidatura sua em 2002, desta vez para a Câmara dos Deputados.

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