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Armando Falcão defende cassação do visto de Rohter

Por Agencia Estado
Atualização:

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de cassar o visto de permanência do jornalista Larry Rohter no Brasil tem total apoio do ex-ministro da Justiça Armando Falcão, que ocupou o cargo durante cinco anos do regime militar, no governo Ernesto Geisel. "O presidente reagiu em defesa do seu nome e da sua autoridade. Portanto, merece o aplauso de todos os brasileiros", disse Falcão nesta quinta-feira à Agência Estado. Aos 84 anos, Armando Falcão disse estar acompanhando pelo noticiário os desdobramentos da reportagem de Rohter que falava sobre uma suposta preocupação nacional com o hábito do presidente de tomar bebidas alcoólicas. "O sujeito insultou o presidente do meu País", comentou o ex-ministro. Eleitor de Lula em 2002, Falcão elogiou o governo do petista. "Está caminhando bem, com segurança e dignidade", aprovou. Falcão também foi ministro da Justiça entre 1959 e 1960, no governo Juscelino Kubitschek. O ex-ministro foi o responsável, em 1976, pela elaboração da Lei Falcão, restringindo o acesso dos candidatos ao Poder Legislativo aos meios de comunicação e impedindo o debate entre os concorrentes. Sob sua gestão, houve recrudescimento da censura e, em 1977, foi instituído o "pacote de abril", depois que o presidente da República determinou o fechamento do Congresso por duas semanas. O pacote, entre outras medidas, efetivava a eleição indireta para governador e para um terço do Senado. No ano seguinte, Falcão sancionou a nova Lei de Segurança Nacional, elaborada pelo então presidente do Senado Petrônio Portela, que punha fim à pena de morte e à prisão perpétua e restabelecia o habeas-corpus. Durante o período à frente do Ministério da Justiça, Armando Falcão ficou conhecido por dizer uma única frase em suas entrevistas: "Nada a declarar". Em 1989, lançou um livro de memórias, que chamou de "Tudo a declarar".

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