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Aprovação da nova tabela do IR pega FHC de surpresa

Por Agencia Estado
Atualização:

A aprovação do reajuste da tabela do imposto de renda em 17,5% pelo Senado pegou o presidente Fernando Henrique Cardoso e sua assessoria de surpresa. A expectativa era que, nesta segunda-feira, durante o dia, o presidente e seus líderes pudessem promover alguma articulação com os líderes governistas para evitar a votação. A antecipação da apreciação pelo plenário do Senado desarticulou o Planalto. Na semana passada, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Arthur Virgílio, havia advertido que o presidente poderia vetar o reajuste, caso o governo constatasse que não havia como pagá-lo. Fernando Henrique Cardoso estava voando de Brasília para o Rio de Janeiro, onde participaria de uma solenidade de entrega de prêmio na Escola Naval, quando o projeto foi aprovado. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Arthur Virgílio, estava em Manaus e foi obrigado a interromper à visita que fazia à Prefeitura da cidade para conversar com os líderes governistas no Congresso, e com o presidente da Câmara, deputado Aécio Neves, pelo celular. Por causa da surpresa, o governo só pôde tomar decisões posteriores. Nesta segunda, Virgílio marcou para às 11h30, no Palácio do Planalto, uma reunião com o líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), do governo no Senado, senado Arthur da Távola (PSDB-RJ) e do governo no Congresso, deputado Heráclito Fortes (PFL-PI). Virgílio, que só viria para Brasília na manhã desta terça, resolveu antecipar sua volta para a madrugada. O presidente foi informado da aprovação-relâmpago pelo Senado do reajuste da tabela do Imposto de Renda ao desembarcar no Rio. Antes mesmo de participar da cerimônia que participaria, iniciou conversações com suas lideranças. Ele deve interferir pessoalmente no problema, para tentar evitar maiores dificuldades para o caixa do Tesouro. O governo tentou, de todas as formas, evitar esse reajuste.

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