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Apresentação contra Renan deve ser adiada

Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

O presidente interino do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), cancelou a reunião dos líderes partidários na qual os governistas pretendiam negociar um acordo que permitisse que o processo contra o presidente licenciado da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), fosse remetido diretamente à votação em plenário sem passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A apresentação do relatório atrasará ainda mais, porque o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), relator, terá que participar, na quinta e na sexta-feira, do 3º Congresso Nacional do PSDB. Segundo o líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), o cancelamento do encontro ocorreu porque os senadores entenderam que seria "um desastre político" forçar a remessa do processo diretamente ao plenário. Só um consenso de todos os líderes poderia autorizar isso, mas o PSDB e o DEM reafirmaram a posição de ontem de que não concordam com isso e anunciaram que vão obstruir as votações no plenário para tentar "melar" o acordo entre governo e PMDB que prevê a absolvição de Renan Calheiros - acusado de quebra do decoro parlamentar - em troca da aprovação da emenda constitucional que prorroga até 2011 a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ainda não foi definida uma nova data para a realização da reunião dos líderes. Na avaliação do líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), a tentativa de "saltar" a CCJ poderia soar como "clima de revanchismo", pois, ontem, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), foi escolhido relator do processo contra Renan Calheiros na CCJ e avisou que não teria condições de apresentar um relatório sobre o caso amanhã, por causa de sua participação, hoje, na reunião da Executiva Nacional do PSDB. Os governistas pretendem que o processo - em que Calheiros é acusado de registrar em nome de "laranjas" duas emissoras de rádio em Alagoas seja votado no plenário na próxima quinta-feira (dia do início do Congresso do PSDB), mas a decisão de Arthur Virgílio de não apresentar agora o relatório impediria essa votação.

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