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Aposentadas têm internação rejeitada em hospital de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

As famílias de duas aposentadas tentam interná-las desde ontem (10) no Hospital Presidente, zona norte de São Paulo, mas não conseguem em razão de problemas com o plano de saúde, denunciam parentes das pacientes. Maria Teresa Stumpf, de 75 anos, e Elisa Bonturi, de 71 - ambas clientes da Assistência Médica Samcil-Trasmontano -, foram levadas na sexta-feira ao hospital. "Depois do atendimento no pronto-socorro, os médicos disseram que minha avó precisaria ser internada, pois está muito doente e sofre de pressão alta", conta Renata Maria Rode, neta de Stumpf. Stumpf deu entrada no pronto-socorro às 10h51 de ontem, de acordo com informações do hospital. Sua internação foi solicitada pelos médicos perto das 16h. Bonturi chegou ao local por volta das 20h30 e, meia-hora depois, também teve a internação solicitada. Ambas apresentam quadro de pneumonia, sendo que Stumpf também sofre de hipertensão aguda, segundo o hospital. De acordo com um boletim médico, elas precisam ser internadas com urgência. A Assistência Médica Samcil-Transmontano - de acordo com o funcionário Marcos, que disse não ter autorização da empresa para informar seu sobrenome - alega que as internações ainda não ocorreram por causa de procedimentos administrativos. Segundo ele, médicos credenciados ao plano irão ao hospital amanhã pela manhã para averiguar o quadro das pacientes e decidir se deve ou não ocorrer a internação. De acordo com Selma Cássia, funcionária do Hospital Presidente a Samcil-Trasmontano recusa-se a liberar uma "senha" necessária para internação e teria a intenção de levar as pacientes a outros hospitais de sua rede. Porém, as famílias rejeitam a idéia de transferência. O advogado Hugo Luiz Forli, sobrinho de Bonturi, disse que o plano pretende levar as pacientes para hospitais distantes e com custos operacionais mais baixos. "Eles querem tirar vantagem, obter lucro, sem preocupação com a saúde de seus clientes", acusa. "A empresa está tentando obter lucro com a transferência, pois elas serão levadas para hospitais de custo mais baixo e de reputação duvidosa", afirmou ele em referência ao Hospital Pan-Americano, em Pinheiros, para onde supostamente o plano de saúde pretende transferir Stumpf e Bonturi. Forli disse ainda que o plano quer que os familiares das pacientes deixem cheques-caução no hospital para garantir a internação. "Onde já se viu uma coisa dessas? A lei é clara. Elas estão com o pagamento do plano em dia e têm o direito de ser internadas nos hospitais credenciados. Chegaram até a dizer que o hospital foi descredenciado, mas 20 minutos depois voltaram atrás e desistiram dessa mentira. Estão tentando nos vencer pelo cansaço."

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