Após polêmicas, votação da reforma eleitoral é adiada

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Por Redação
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A obrigatoriedade de realização de uma nova eleição para os governadores e prefeitos que tiverem os mandatos cassados, nos dois primeiros anos de governo, pela Justiça Eleitoral foi a principal polêmica da reforma eleitoral, que começou a ser votada na noite de hoje no Senado. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixou o comando da sessão e subiu à tribuna do plenário para pedir a retirada da proposta da reforma eleitoral. Em abril deste ano, a ex-senadora Roseana Sarney (PMDB), filha do presidente do Senado, assumiu o governo do Maranhão, depois que a Justiça Eleitoral cassou o mandato do governador eleito Jackson Lago (PDT). Em 2006, Roseana ficou em segundo lugar na disputa pelo governo do Maranhão. "O que um pai não faz por uma filha!", ironizou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Para tentar derrubar a proposta de uma nova eleição, Sarney centrou sua argumentação no fato de que é inconstitucional a realização de eleição indireta para o cargo de governador e prefeito que tenham o mandato cassado, nos dois últimos anos de governo. "Não é possível que uma lei ordinária estabeleça eleições indiretas para prefeito", disse Sarney, ao explicar que a Constituição prevê esse tipo de eleição apenas para governador e presidente da República. Sem quorum para votar a proposta nominalmente, a sessão foi adiada para hoje. Um acordo entre líderes partidários irá propor novas eleições diretas a qualquer momento, independentemente de quantos anos de mandato foram cumpridos pelo governador/prefeito cassado. "Estamos alimentando uma cultura no Brasil do tapetão, do jeito que está a legislação", observou o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP). Na votação de hoje da reforma eleitoral, o prazo para a proibição de candidatos participarem de inaugurações de obras públicas foi reduzido para quatro meses antes das eleições - antes eram seis meses.

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