Após polêmica entre Olavo e militares, Bolsonaro almoça com comando das Forças

Presidente esteve com ministros Sérgio Moro, Augusto Heleno, Fernando Azevedo e líderes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica

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Por Mariana Haubert e Tania Monteiro
Atualização:

Após defender uma trégua nos embates entre o escritor Olavo de Carvalho e a cúpula militar do governo, o presidente Jair Bolsonaro almoçou nesta terça-feira, 7, com o alto comando das Forças Armadas em Brasília.

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O presidente estava acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos comandantes do Exército, o general Edson Leal Pujol, da Marinha, o almirante Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Antonio Bermudez. Participaram também os ministros da Justiça, Sérgio Moro, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. 

O presidente disse, ao ser questionado sobre se iria pedir a Olavo de Carvalho para baixar o tom em relação às críticas aos militares, que "Olavo é dono do seu nariz, assim como eu sou do meu e você é do seu". "Eu recebo críticas muito graves e não reclamo. O pessoal fala muito em engolir sapo e eu engulo sapo pela fosseta lacrimal", afirmou, mostrando-se irritado com as perguntas.

Um dos ministros presentes ao encontro disse que há uma preocupação e incômodo com a atenção que se dá a essa questão das mídias sociais que acabam atrapalhando o governo. 

Em nota, a Defesa informou que o alto comando das Forças Armadas se reuniu pela manhã para o compartilhamento de informações entre oficiais generais, para um balanço das atividades militares nos quatro primeiros meses deste ano, além de debater as prioridades da pasta.

Bolsonaro em reunião com ministro da Defesa e comandantes militares Foto: Marcos Correa/Presidencia da Republica

Nesta terça, Bolsonaro escreveu em seu Twitter esperar que as críticas de Olavo aos militares e as reações destes "seja página virada por ambas as partes". Na mesma publicação, no entanto, o presidente exaltou o escritor, que é considerado guru de sua família.

Na publicação, o mandatário lembrou o início de sua trajetória parlamentar, em 1991, antes de enaltecer o perfil de Olavo e defender a trégua. De acordo com Bolsonaro, o clima na Câmara dos Deputados era "hostil" às Forças Armadas e às "nossas tradições judaico-cristãs".

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"Olavo, sozinho, rapidamente tornou-se um ícone para muitos. Seu trabalho contra a ideologia insana que matou milhões no mundo e retirou a liberdade de outras centenas de milhões é reconhecida por mim. Sua obra em muito contribuiu para que eu chegasse no governo (sic), sem a qual o PT teria retornado ao Poder.

Na mesma postagem, Bolsonaro também faz um afago aos militares, a quem diz dever sua "formação e admiração". No fim de semana, Olavo desferiu críticas ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, ao dizer que ele defendia a regulação da mídia no País.

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