08 de junho de 2021 | 15h12
Atualizado 09 de junho de 2021 | 11h51
Após ofensiva de aliados do governador João Doria, a Executiva Nacional do PSDB adiou para a próxima semana a decisão sobre o modelo das prévias que definirão o candidato da sigla ao Palácio do Planalto em 2022. O partido definiu que a eleição interna será indireta, ao contrário do que defende Doria, mas seus aliados tentam agora reduzir o peso dos votos da bancada e da cúpula partidária.
Durante a reunião, foram apresentadas duas propostas que modificam o relatório original elaborado por uma comissão interna do partido. A primeira, do diretório de São Paulo, prevê que os filiados tenham peso de 50% dos votos e os mandatários, também de 50%.
Outro modelo, apresentado pelo diretório de Minas Gerais, mantém a divisão do colégio eleitoral em quatro grupos, com peso de 25% cada. Os grupos são I: filiados; II: prefeitos e vice-prefeitos e vereadores; III: deputados estaduais e distritais; IV: governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual da Comissão Executiva Nacional do PSDB, senadores e deputados.
A eleição direta universal interessava a Doria porque o PSDB paulista é o maior e mais bem organizado do País, com 301 mil dos 1,3 milhão de filiados à sigla. O diretório é também o único que já realizou prévias e tem o cadastro de eleitores mais atualizado. A avaliação entre os tucanos é que o governador está em desvantagem na bancada e na Executiva nacional, que conta com 36 membros.
Quatro nomes já se apresentaram como presidenciáveis tucanos. Além de Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. As primárias estão marcadas para 21 de novembro. Em nota oficial, o PSDB disse que a ideia é que haja “representação da diversidade” dos filiados em todo o País, reforçando a “conexão direta” entre o candidato e o eleitorado, e das visões municipais, estaduais e federativa.
De acordo com o novo calendário aprovado pela Executiva, os candidatos farão suas inscrições em 20 de setembro, com início dos debates em 18 de outubro. A comissão das prévias que elaborou o relatório inicial foi formada pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro; o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi; o senador Izalci Lucas (DF); os deputados federais Pedro Vilela e Lucas Redecker; e o ex-deputado Marcus Pestana, sob a coordenação do ex-presidente do PSDB, José Aníbal.
“Vamos buscar o consenso. O objetivo é unir o grupo. Não tem sentido radicalizar”, disse Izalci, que defendeu o modelo de divisão em quatro grupos. Já Vinholi, disse que vai tentar articular uma maioria na Executiva pelo modelo de divisão em dois grupos. “Esse modelo de 50% e 50% é mais democrático.”
O ex-senador José Aníbal acredita que o cadastro está desatualizado e chamou de “fantasia” o número de 1,3 milhão de filiados. “Nas prévias em São Paulo em 2018 só 15 mil dos 301 mil filiados votaram. Ninguém sabe direito quem são os filiados. A proposta de 1/4 para os filiados e 3/4 para as pessoas que receberam milhões de votos contempla a vitalidade partidária”, disse.
Aliados do governador defenderam que as prévias fossem com voto direto universal. Ou seja: cada filiado vale um voto. Segundo dados do TSE, o partido tem 1,3 milhão de filiados, sendo 301 mil em São Paulo. A proposta foi derrotada.
Tem o apoio de parte da bancada do PSDB da Câmara e do partido no Rio Grande do Sul. Seus aliados defenderam o modelo de eleição indireta.
Tucano histórico, ele é o nome mais forte nas bancadas da Câmara e Senado e tem bom trânsito na Executiva. Seu grupo também defendeu prévias com eleição indireta.
É considerado ou “outsider” na disputa, já que não tem mandato. Mesmo em desvantagem, defendeu o modelo de eleição direta.
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