Após MST promover ocupações de terra, Campos desapropria três fazendas

Governador de Pernambuco busca fortalecer aproximação com os movimentos sociais

Por Angela Lacerda
Atualização:

RECIFE - O Movimento dos Sem Terra promoveu no domingo, 14, e nesta segunda-feira, 15, cinco ocupações de terra em Pernambuco, para exigir do Incra agilidade na reforma agrária no Estado. Após as primeiras invasões, o governador Eduardo Campos (PSB) reuniu-se com líderes do MST e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura em São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano. Atendendo a uma antiga reivindicação, o governador desapropriou três fazendas na região.

PUBLICIDADE

Provável candidato à Presidência da República, o governador busca fortalecer sua aproximação com os movimentos sociais em um momento em que eles se mobilizam em torno de reivindicações que serão o principal foco do Grito da Terra, evento marcado para o dia 30 e que deverá reunir diversas entidades no Recife. De acordo com o MST, 350 pessoas participaram das ocupações - realizadas em cinco municípios nas diversas regiões de Pernambuco. Uma delas, a Fazenda Fruit Fort, na BR-234, em Petrolina, no sertão, foi reocupada.

A direção do movimento reclama que a reforma agrária está parada no Estado, onde, segundo o movimento, existem 163 acampamentos sob sua coordenação, a maioria deles criado há cerca de cinco anos. O MST reclama que em 2012 o Incra desapropriou apenas uma área em Pernambuco, quando uma das suas principais finalidades é "promover e executar a reforma agrária visando a melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social".

O movimento informa também que de acordo com dados do relatório do Incra de 2009, 57% dos latifúndios cadastrados em Pernambuco são improdutivos, somando um total de 411.657 hectares de terras improdutivas no Estado. Para o MST, a área seria suficiente para assentar todas as famílias acampadas no Estado, mas destaca que há, também muitas áreas devedoras da União que desrespeitam leis trabalhistas e ambientais, tornando-se passíveis de reforma agrária.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.