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Após dezenas de mortes por dengue, ministro lança medidas no Rio

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Por Redação
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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta segunda-feira um pacote de medidas emergenciais para conter a epidemia de dengue no Rio de Janeiro, que deixou 48 mortos no Estado este ano. Segundo o ministro, o índice de letalidade por dengue hemorrágica na capital está cinco vezes acima do considerado normal pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1 por cento para os casos registrados. "O número de óbitos é completamente acima da expectativa daquilo que seria razoável", disse Temporão a jornalistas. "A nossa preocupação é ampliarmos pontos de atendimento, para dar rapidez e melhor qualidade", disse o ministro, que criticou a "fragilidade da rede básica de atendimento". As 48 mortes por dengue confirmadas no Rio de Janeiro nos três primeiros meses de 2008 já superam os 31 óbitos ocorridos no Estado em todo o ano passado. Desde o início do ano, mais de 32 mil casos de dengue já foram registrados no Estado. Quase 100 mortes foram notificadas como suspeitas de dengue, 48 delas já confirmadas. A capital é o local com o maior número de óbitos, com 30. As medidas anunciadas por Temporão têm como prioridade melhorar e agilizar o atendimento aos doentes. O pacote prevê o treinamento de agentes de saúde, o envio de novos fumacês (carros usados no combate ao "Aedes aegypti", mosquito transmissor da dengue), e o deslocamento de funcionários de saúde de outros Estados para o Rio, além da contratação temporária de enfermeiros e técnicos. O Ministério da Saúde também vai disponibilizar 660 pontos de atendimento em todo o Estado, sendo 330 dentro dos próprios hospitais federais. Sobre a ajuda das Forças Armadas no combate à dengue com o uso de hospitais de campanha, como cogitado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, na semana passada, Temporão afirmou que a eventual contribuição ainda não foi acertada. "O papel das Forças Armadas ainda não está definido. Esqueçam o título inicial de hospital de campanha. Nossa proposta é ver como as Forças Armadas poderão adotar tendas ambulatoriais no Rio de Janeiro. Essas tendas seriam móveis e ligadas à dinâmica da doença", disse Temporão. Nesta segunda-feira, o governador do Rio, Sérgio Cabral, inaugurou três tendas de hidratação para o combate à dengue. O gabinete de crise montado pelo ministério para tratar a questão no Rio com o governo do Estado e as Forças Armadas começou a operar nesta segunda-feira. O ministro considerou a situação no Rio "difícil e grave", mas disse que espera que esteja controlada até o início de abril. "A doença tem uma dinâmica, os dados apontam que estaríamos no auge do processo, e uma reversão seria possível nas próximas semanas", afirmou. Temporão negou a acusação feita pelo prefeito do Rio, Cesar Maia, de que o governo federal não teria feito o repasse prometido de verbas para a saúde do município. "Todos os recursos necessários, informação, treinamento, tudo que era possível foi feito. A única capital com epidemia é o Rio de Janeiro, no resto do país há um declínio da doença. Isso é ridículo", afirmou. (Por Rodrigo Viga Gaier, com reportagem de Pedro Fonseca)

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