PUBLICIDADE

Após crítica de Macron, reunião bilateral com Bolsonaro é cancelada

Presidente francês ameaçou não assinar tratado comercial se Brasil sair do acordo climático de Paris; cancelamento partiu da França, mas motivo não foi divulgado

Por Beatriz Bulla e Célia Froufe
Atualização:
O presidente Jair Bolsonaro,após desembarcar em Osaka paraparticipar do G20 Foto: Ludovic Marin / AFP

ENVIADAS ESPECIAIS / OSAKA - A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, foi cancelada na noite desta quinta-feira, 27 (horário de Brasília). Os dois iriam se encontrar na tarde desta sexta-feira, no horário de Osaka, no Japão, mas o encontro foi cancelado.

PUBLICIDADE

Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rego Barros, o cancelamento foi iniciativa do franceses, "assim como a solicitação da reunião foi da parte da França". "Não partiu do Brasil a intenção do encontro, mas (o Brasil) acolheu", afirmou o porta-voz. O motivo do cancelamento não foi informado às autoridades brasileiras, que o atribuem a um possível problema de "agenda".

Nesta quinta, o francês ameaçou não assinar nenhum tratado comercial com o Brasil caso Bolsonaro saia do acordo climático de Paris. A declaração tem potencial de colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul.

“Se não falarmos do Acordo de Paris e se não formos capazes de defender nossos objetivos climáticos, (a declaração conjunta) será sem a França”, disse o presidente francês.

As posições de Bolsonaro sobre políticas de meio ambiente têm sido confrontadas por líderes europeus. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ver com grande preocupação as ações de Bolsonaro sobre desmatamento no Brasil. 

Ao desembarcar em Osaka, no Japão, para o encontro do G-20, Bolsonaro contestou a chanceler alemã e disse que o País “tem exemplo para dar para a Alemanha” sobre meio ambiente.Ele também afirmou, depois, durante uma transmissão ao vivo na cidade japonesa, que não vai receber “pito” de ninguém. Foi uma referência a pressões internacionais envolvendo a questão ambiental no atual governo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.