Após caso Dantas, fundos do Opportunity já perderam R$ 2 bi

Saída de mais de R$ 180 milhões na segunda-feira não chegou a reduzir o patrimônio total dos fundos

Os fundos de investimentos do Opportunity já perderam mais de R$ 2 bilhões desde o último dia 8, quando a cúpula do grupo foi presa pela Polícia Federal na Operação Satiagraha. Os dados são do site Fortuna, especializado no setor e que utiliza informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid). A pesquisa contabilizou todos os pedidos de resgate feitos pelos clientes até o dia 21, último informativo disponibilizado pelo Opportunity.   Veja também: Presidente do STF justifica libertação de Dantas  Opine sobre nova decisão que dá liberdade a Dantas  Entenda como funcionava o esquema criminoso  Veja as principais operações da PF desde 2003  As prisões de Daniel Dantas   A saída de mais de R$ 180 milhões na segunda-feira não chegou a reduzir o patrimônio total dos fundos. A fuga de investidores foi compensada pela rentabilidade positiva obtida pelas aplicações financeiras feitas pelo grupo no período.   Pelos dados do site, a sangria de mais de R$ 2 bilhões contabilizada desde o início da Operação Satiagraha corresponde a 12,86% dos ativos do Opportunity antes da ação da polícia. As perdas dos últimos dias já atingiram o mesmo patamar de 2004, quando o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Chacal. Na época, as perdas dos fundos de investimentos da instituição chegaram a atingir entre 10% e 15% do patrimônio total nos 90 dias seguintes ao anúncio do indiciamento. A Operação Chacal investigou o esquema de suposta espionagem industrial durante a briga entre o Opportunity e a Telecom Italia pela Brasil Telecom (BrT).   As maiores perdas, segundo o site Fortuna, foram verificadas nos fundos de curto prazo. Dos R$ 2,072 bilhões que já saíram do Opportunity, cerca de R$ 1,2 bilhão foi contabilizado por esse tipo de aplicação. Os multimercados perderam R$ 704 milhões no período. Já os fundos de ações, que respondem por cerca de 60% dos ativos totais da gestora de recursos, tiveram variação pequena, com a saída de R$ 207 milhões desde que a Operação Satiagraha foi deflagrada.