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Após absolvições, seis deputados deixam Conselho de Ética

A salvação de João Paulo Cunha foi a gota d?água para a renúncia de quatro titulares e dois suplentes

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Por Agencia Estado
Atualização:

As seguidas absolvições de deputados envolvidos no esquema do mensalão provocaram uma revolta no Conselho de Ética da Câmara. A salvação de João Paulo Cunha (PT-SP) - cuja cassação havia sido recomendada pelo colegiado -, na quarta-feira, foi a gota d?água. Seis deputados - quatro titulares e dois suplentes - se desligaram do conselho. Outros três também assinaram o ofício de desligamento, mas resolveram aguardar o fim dos processos em andamento antes de deixarem suas funções. O desligamento vai mudar o perfil do conselho, integrado até hoje por uma maioria que reconhecia a existência do mensalão e que tinha um comportamento rígido na defesa da ética. O PT, que nega o mensalão, vai recuperar duas vagas que estavam sendo ocupadas por ex-petistas que se transferiram para o PSOL, somando três titulares. A mudança poderá ter seus reflexos já nos processos contra os deputados Vadão Gomes (PP-SP) e José Janene (PP-PR), que ainda aguardam votação no conselho. O PPS também poderá recuperar a vaga de titular que estava em poder do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que mudou de partido no ano passado. O PPS preferiu esperar a próxima semana para decidir sua posição no conselho. Enquanto isso, o suplente do partido Cláudio Magrão (SP) é um dos seis que deixaram o colegiado, formado por 15 titulares e 15 suplentes. Além de Delgado e Magrão, deixaram o conselho os deputados Orlando Fantazzini (SP) e Chico Alencar (RJ), ambos do PSOL, Benedito de Lira (PP-AL) e Cezar Schirmer (PMDB-RS), autor do parecer que pediu a cassação de João Paulo, considerado um dos mais contundentes e consistentes já apresentados. Livraram-se da cassação, até agora, além de João Paulo, os deputados João Magno (PT-MG), Wanderval Santos (PL-SP), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Sandro Mabel (PL-GO), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Pedro Henry (PP-MT). Dos 19 acusados de participar do mensalão, só três foram cassados. Além de José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ), perdeu o mandato o presidente do PP, Pedro Corrêa (PE). Renunciaram ao mandato para fugir do processo os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (sem partido-RJ), José Borba (PMDB-PR) e Paulo Rocha (PT-PA).

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