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Apoio do PMDB garantiu que sessão da CPI mista fosse aberta

Graças ao voto de dois parlamentares da sigla, base saiu vitoriosa na votação que decidiu manter o depoimento de Paulo Roberto Costa aberto à imprensa

Por Ricardo Della Coletta , Ricardo Brito e Daiene Cardoso
Atualização:

Brasília - O PMDB da Câmara fechou fileiras com o PT e garantiu nesta tarde que a oitiva do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, delator de um suposto esquema de pagamento de propina na estatal, ocorresse em uma sessão aberta ao público.

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Paulo Roberto, que desde o dia 29 presta uma série de depoimentos à Justiça em um acordo de delação premiada e nos quais tem revelado suspeitas de pagamento de propina a políticos aliados do governo, foi questionado nesta quarta-feira por membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI mista) da Petrobrás por quase três horas. Ele permaneceu em silêncio e não respondeu a nenhuma das perguntas para preservar os termos da delação premiada que tenta obter.

Com o argumento de que em uma reunião secreta o delator poderia revelar alguma informação, parlamentares da oposição pressionaram para que o presidente da CPI mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), transformasse a reunião em sigilosa. Já aliados do Palácio do Planalto trabalharam para manter a comissão aberta ao público e não passar a imagem de que o governo estaria querendo abafar o caso.

Um requerimento chegou a ir a votação, mas a base saiu vitoriosa por 11 votos a 9. Além de quatro votos dos petistas presentes - senadores Humberto Costa (PE) e Aníbal Diniz (AC) e os deputados Marco Maia (RS) e Iriny Lopes (ES) -, o governo contou com o apoio de PSD, PR e PROS da Câmara e de PCdoB e PDT do Senado. A conta saiu favorável para a base com o voto de dois deputados do PMDB que participaram da sessão, Lúcio Vieira Lima (BA) e Sandro Mabel (GO).

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que não votou por ser suplente do colegiado, foi o único integrante da CPI mista citado em reportagens como participante do esquema montado na Petrobrás a comparecer. Ele pediu que Paulo Roberto confirmasse os nomes dos políticos que teriam recebido recursos, mas o ex-dirigente permaneceu calado.

Presidente do PP e também citado nas denúncias, o senador Ciro Nogueira (PI) não marcou presença porque, segundo sua assessoria, estava em viagem no momento da sessão.

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