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Apesar do veto em BH, PT fecha aliança com PSDB em Aracaju

As duas cidades têm composições semelhantes, mas cúpula do partido resiste a aceitar coligação com Aécio

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Por Christiane Samarco
Atualização:

A mesma Direção Nacional do PT que veta a aliança formal com o PSDB do governador Aécio Neves, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, decidiu nesta quinta-feira, 19, que a parceria dos petistas com os tucanos de Aracaju é permitida. Teoricamente, as composições seguem o mesmo modelo nas duas capitais, em que o PT participa da chapa, indicando o candidato a vice-prefeito, e o PSDB pleiteia apenas o ingresso formal na aliança. Veja Também: Aldo aceita ser vice de Marta em SP Calendário eleitoral das eleições deste ano  Também nos dois casos, a chapa é encabeçada por candidatos de partidos aliados. Na capital sergipana, a composição se dá em torno do projeto de reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira, do PC do B. Em Minas, o candidato apoiado pelo prefeito petista Fernando Pimentel é Márcio Lacerda, do PSB. O ingrediente político que se encontra apenas em Belo Horizonte, e não em Aracaju, chama-se Aécio Neves. Para o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), porém, a diferença entre as duas capitais não está na força do PSDB de Minas, frente ao tucanato de Sergipe. "Em Aracaju não há discussão de proximidade programática. É apenas uma questão eleitoral local, desvinculada do processo nacional", explicou o petista. O governador mineiro é o padrinho da candidatura de Márcio Lacerda, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Como Aécio é um presidenciável do PSDB e se criou a expectativa de uma aliança futura com Pimentel, na sucessão do tucano no governo de Minas, a Direção Nacional do PT considera inaceitável uma parceria formal. No caso de Belo Horizonte, a Executiva Nacional recusou dois recursos hoje: um para reexaminar o veto à coligação formal com o PSDB e outro para fazer uma intervenção preventiva no Diretório Municipal petista, apresentados por dirigentes do PT mineiro. "Não há razão para intervenção nem para a alteração", disse Berzoini, ao lembrar que o cenário continua o mesmo. O reexame do veto foi pedido com base em entrevista concedida pelo presidente da República ao Jornal do Brasil, em que Luiz Inácio Lula da Silva considerou "um equívoco" o veto da Direção Nacional. Alessandro Molon A Executiva também manifestou apoio à candidatura do petista Alessandro Molon a prefeito do Rio de Janeiro. Diante da pressão do PC do B da candidata Jandira Feghali para que Molon renunciasse em favor dela, o petista decidiu se socorrer da Direção Nacional e deixou Brasília satisfeito. "Ele é candidato, venceu a prévia e houve consenso na Executiva de que não havia motivo para alterar isto", disse Berzoini. O presidente do PT admite que "o ideal seria ter uma troca de apoio mais ampla", como reivindica o PC do B, que abriu mão da candidatura do deputado Aldo Rebelo (SP) para apoiar a petista Marta Suplicy na corrida pela prefeitura paulistana. "Não foi possível, principalmente dado ao avanço do processo no Rio".

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