PUBLICIDADE

Apesar de provas, Exército reitera defesa a Albuquerque

O Exército diz que seu comandante cumpriu os prazos previstos pela companhia aérea e que, ao receber sua bagagem etiquetada de volta, com a informação da falta de vagas no avião, "agiu como qualquer cidadão.

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar do surgimento de documentos, divulgados hoje pelo Estado, confirmando que o Comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, fez pressão sobre o Departamento de Aviação Civil (DAC) para interromper a decolagem de um avião da TAM de Campinas para Brasília, o Centro de Comunicação Social do Exército se limitou a reafirmar que reitera os termos da nota à imprensa divulgada na dia 7 de março. Na nota, o Exército diz que seu comandante cumpriu os prazos previstos pela companhia aérea e que, ao receber sua bagagem etiquetada de volta, com a informação da falta de vagas no avião, "agiu como qualquer cidadão ao sentir-se prejudicado após cumprir todas as exigências legais". A nota do Exército diz ainda: "O Comandante do Exército, em nenhum momento, valeu-se de prerrogativas do cargo e desconhecia a situação da aeronave que, a essa altura, iniciara seu processo de afastamento do terminal". Defesa O general Albuquerque está sendo investigado pela Comissão de Ética Pública e amanhã é o prazo final para a entrega de sua defesa sobre o episódio. O Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que o prazo será cumprido. Parlamentares procurados pela reportagem disseram que o episódio é negativo para o Exército e que o general precisa se desculpar com apelo que aconteceu. Acusações O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Roberto Saturnino Braga (PT-RJ), afirmou que, embora trate-se de um "incidente" sobre o qual não se deve fazer "tempestade em copo d´água", "é evidente que o general errou, não devia ter feito isso". Para o senador petista, a nota divulgada pelo exército "evidentemente falta com a verdade". "Isso não é bom. Não fica bem nem para instituição (Exército), nem para o general. Ele tem que dizer que errou e encerrar esse episódio", afirmou Saturnino, que também criticou a empresa aérea TAM pelo fato de ter deixado passageiros sem embarcar por conta da lotação. "Esse negócio de overbooking é um absurdo. Há uma culpa muito grande da empresa que tem sido deixada de lado", afirmou. Para o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), a matéria publicada pelo Estado deixa claro que houve, por parte do general, "utilização indevida do cargo", no episódio do avião de Campinas. "O que o Comandante do Exército tem de fazer é se desculpar, dizer que cometeu um erro e isso não se repetirá", afirmou. O parlamentar contestou a nota do Exército que diz que Albuquerque agiu como qualquer cidadão ao sentir-se prejudicado pelo overbooking. "Se ele fez reclamação como qualquer cidadão, teve resposta de passageiro de primeira classe. Pois essas reclamações são feitas normalmente pelas pessoas sem que soluções sejam encontradas tão rapidamente", disse Rodrigo Maia. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), também membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, avalia que o general Albuquerque precisa prestar um esclarecimento mais adequado do que foi dado até agora. "Fica sempre complicado quando se há registros dessa natureza, em que uma autoridade se impõe dessa forma. Ele precisa dar esclarecimentos mais adequados, pois o que foi feito até agora é insuficiente", afirmou o senador tucano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.