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Aparições na TV inflam 'audiência' de candidatos na web

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:

O interesse dos internautas pelos presidenciáveis disparou desde que os candidatos começaram a aparecer com destaque na televisão, de acordo com dados do Google Insights, ferramenta que mede as palavras-chave (tags) mais pesquisadas no Google. Segundo o site, houve crescimento na procura das tags com os nomes dos principais candidatos desde o primeiro debate na TV, apresentado pela Band, no dia 5 de agosto, até o início do horário eleitoral gratuito, nesta terça-feira, dia 17. Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) foram os nomes que inspiraram os maiores saltos nas buscas online.A procura pela tag "Marina Silva" apresentou aumento de 97% no dia 6 (após debate televisivo) e de 177% no dia 11 (após entrevista ao Jornal Nacional). A procura pela tag "Dilma Rousseff" teve alta de 51% após debate na Band e de 125% após entrevista na Globo. Além disso, desde o dia 13, a curva no gráfico de Dilma apresenta elevações contínuas. Nessa data, foi divulgada pesquisa Datafolha de intenção de voto, que apontou a petista abrindo vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB).O tucano teve momentos de pico no Google, mas se manteve estável na maioria dos dias desde o início do mês. A palavra-chave "José Serra" teve uma alta considerável de 177% na semana de entrevistas dos candidatos no Jornal Nacional, mas não teve variações relevantes na sequência ao debate da Band nem com o começo da semana de horários eleitorais gratuitos.Já o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, foi o mais regular. O desempenho da tag "Plínio" aumentou lentamente em agosto, depois que criticou o "bom-mocismo" dos adversários no primeiro debate entre presidenciáveis e ganhou mais espaço no noticiário.A medição das tags mais buscadas serve para retratar quais assuntos têm sido mais visados na internet, explica Marcelo Coutinho, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e autor de um estudo sobre o uso da internet nas eleições de 2006. "A internet não está no vácuo. Ela se apoia nos meios de comunicação tradicionais", afirma. "Quando a televisão mostra alguma coisa diferente, o eleitor recorre à internet para confirmar aquilo ou se aprofundar. É uma ferramenta usada tanto por militantes quanto por curiosos."DesempenhoO grande salto no interesse dos internautas por Marina Silva pode ser explicado pela boa estruturação da campanha do PV na internet, que integra várias redes sociais, e porque a candidata é bem menos conhecida que os adversários, avalia Coutinho. "Como Marina é menos conhecida, é natural que as pessoas busquem mais informação a respeito (dela)", diz. O pesquisador também lembra que o eleitorado da candidata do PV tem perfil mais jovem e de mais escolaridade, o que justificaria a onda de acessos à internet.Para Dilma, os avanços também estão relacionados ao fato de ela ter uma trajetória menos conhecida de boa parte da população no começo da campanha e porque foi ganhando projeção com o passar do tempo, analisa Pollyana Ferrari, jornalista e pesquisadora de política e internet na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo (PUC-SP). Segundo ela, além do desempenho na televisão, Dilma se espalhou na internet graças às "Caravanas Digitais" - workshops feitos pelo PT para ensinar militantes a usar redes sociais - e ao surgimento espontâneo de vídeos como o "Dilmaboy".Já no caso de Serra, a pequena variação notada no Google Insights tem a ver com o fato de ele ser, desde o princípio da campanha, o mais conhecido entre os concorrentes, o que pode justificar menos curiosidade do internauta. "(A campanha digital de) Serra precisa de uma guinada. Ele já começou a campanha com mais seguidores no Twitter, mas, para aumentar a repercussão, faltaram comentários sobre temas mais relevantes", avalia. O levantamento feito pela Agência Estado no Google Insights considerou as pesquisas em toda a web do Google (sem filtro para imagens ou notícias) no Brasil nos últimos 30 dias.

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