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APAE-SP busca recursos para ampliar teste do pezinho

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo sediará, na próxima segunda-feira, um leilão beneficente com objetivo de arrecadar fundos para uma campanha de conscientização para a ampliação do teste do pezinho em recém-nascidos. Com este teste, realizado a partir de uma amostra de sangue retirado do calcanhar do bebê, é possível detectar, em sua versão mais complexa, perto de quarenta doenças, porém, na rede pública o teste é direcionado para o diagnóstico de quatro doenças, que incluem hipotiroidismo congênito (que leva ao retardo mental) e fenilcetonúria. O médico Antonio Carlos do Nascimento, Doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é o idealizador da campanha de conscientização, que conta com o apoio da Pastoral da criança, APAE de São Paulo, APAE do Rio de Janeiro, entre outras entidades. O leilão será realizado no Espaço Cultural Itaú, na Avenida Paulista, 149, às 20 horas, com a venda de peças de artistas plásticos e peças de artistas de televisão. Por que o teste do pezinho? Segundo o médico Antonio Carlos do Nascimento, o hipotiroidismo congênito e a fenilcetonúria levam ao retardo mental, e devem ser tratados imediatamente. Depois de ultrapassado o prazo de três a seis semanas os danos serão irreversíveis. O teste deve ser realizado após as primeiras 48 horas de vida, preferencialmente no 5.º dia, obtendo-se o resultado o mais breve possível. Entretanto, uma vez diagnosticadas a tempo, o hipotiroidismo congênito e fenilcetonúria são 100% controláveis, e a criança poderá ter uma vida absolutamente normal. O problema é muito mais sério do que parece, pois, segundo dados do IBGE, nasceram no Brasil no ano de 2001 por volta de 3.500.000 (três milhões e quinhentas mil) crianças. Desse total, o Sistema Único de Saúde (SUS) pagou a realização de aproximadamente 1.700.000 (um milhão e setecentos mil) exames. Como a incidência de hipotiroidismo congênito está na proporção de uma para cada três mil crianças que nascem e, na fenilcetonúria, para cada doze mil, uma nasce com o distúrbio, a questão passa a ser meramente matemática, pois levando-se em consideração que das 3.500.000 de crianças nascidas, cerca de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) sequer fizeram o teste que diagnostica essas doenças, podemos afirmar que uma média de 700(setecentas) crianças apresentarão o quadro de retardo mental irreversível. ?A campanha de conscientização da importância do teste do pezinho pretende fazer com que toda da população de nascidos vivos, a partir de agora, seja avaliada, e que em um tempo curto não tenhamos uma só criança com retardo mental irreversível causado por uma dessas duas doenças?, explicou o médico.

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