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Anvisa assume falhas em bulas de remédios

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, assumiu, nesta segunda-feira, parte da culpa pelas irregularidades constatadas nas bulas de alguns medicamentos. Em 1992, segundo ele, a vigilância sanitária aprovou várias alterações em bulas de remédios, porém não as registrou em seus processos originais. Investigação minuciosa da agência revelou que 45% dos medicamentos dos três maiores laboratórios do País têm composição diferente da autorizada pelo próprio órgão. Ou seja, o que se compra nas farmácias não é a mesma substância registrada nos arquivos do governo. De acordo com Vecina, os laboratórios enviaram pedidos de mudança que, na época, não foram respondidos por falta de recursos. De 1992 a 2000, a Vigilância Sanitária teve 12 gerentes, o que contribuiu para a falta de organização da vigilância sanitária no País. "O gerente não é um acidente na vida de uma instituição", ressaltou o presidente da Anvisa. Em alguns casos, as discrepâncias podem resultar em problemas para a saúde dos consumidores. Os efeitos colaterais podem variar de taquicardia ou vômitos a hipertireoidismo. Os resultados se referem aos produtos das empresas Aché, Merck e Novartis, que já passaram pela averiguação da Anvisa. A pior situação foi encontrada no laboratório Merck. Dos 251 medicamentos do laboratório, 160 apresentaram divergências na composição. Aché e Novartis tiveram problemas em, respectivamente, 46% e 32% de seus remédios, segundo revisão feita há dois anos por 25 farmacêuticos da Anvisa. Apesar das falhas, de acordo com Gonzalo Vecina, as pessoas que tomarem os medicamentos de qualquer um desses laboratórios não correm risco de vida. "Estamos fazendo a revisão de todos os registros. Esperamos terminar o trabalho até o final do ano que vem", disse.

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