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Antes de 1° mandato, Mares Guia prestou depoimento ao MP

Apesar de não ter sido suspeito, ministro foi ouvido em caso de morte de modelo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Antes de assumir a pasta do Turismo, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o novo ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, chegou a prestar depoimento nas investigações do Ministério Público de Minas Gerais sobre a morte da modelo Cristiana Aparecida Ferreira. Então com 24 anos, Cristiana foi encontrada morta no dia 06 de agosto de 2000, três dias depois de se hospedar no San Francisco Flat Service, em Belo Horizonte. Na época, o laudo da Polícia Civil concluiu que ela havia se suicidado ao ingerir veneno para ratos. O MP, entretanto, decidiu reabrir as investigações em novembro de 2002 e concluiu que ela fora assassinada. O caso chamou a atenção da mídia porque Cristiana, que se apresentava como miss, costumava circular entre autoridades da política mineira. Além de Mares Guia, o ex-ministro e presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Djalma Morais, o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) e Henrique Hargreaves, ex-chefe da Casa Civil do governo presidencial de Itamar Franco, foram ouvidos. Walfrido prestou depoimento no dia 30 de dezembro de 2002. O então deputado apresentou-se espontaneamente ao MP, acompanhado do advogado e ex-procurador-geral da República, Aristides Junqueira. Ele negou qualquer relação com o caso e disse que era vítima de uma "armação". Sua esposa, a empresária Sheila Mares Guia também foi ouvida pelo promotor Francisco Assis Santiago. De acordo com o promotor, Walfrido não foi ouvido na condição de suspeito. O MP afirma que não encontrou indícios de participação no crime dos políticos que prestaram depoimento. O detetive particular Reinaldo Pacífico, ex-namorado da modelo, foi denunciado como autor. Santiago, porém, suspeita de que o assassinato tenha sido cometido a mando. "Para não enfraquecer a denúncia sobre a execução, não denunciei ninguém por mando, mas a gente sabe que o detetive não matou apenas por ele". O processo tramita no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Pacífico chegou a se preso, mas atualmente aguarda julgamento em liberdade. No final de agosto de 2005, após o estouro do escândalo do mensalão, o MP de Minas encaminhou cópias de depoimentos de familiares de Cristiana para a CPI dos Correios e a Procuradoria-Geral da República. A mãe e três irmãos da jovem prestaram novos depoimentos a Santiago e afirmaram que ela costumava transportar "malas suspeitas" para São Paulo e Brasília. Diante das denúncias de financiamento ilegal de campanhas políticas, o MP julgou na época que era importante colher os novos depoimentos já que "surgiram informações de que o esquema de transporte de valores desviados existia desde 1998".

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