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Ano eleitoral motivou invasão do MST, diz Jungmann

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo comemorou o sucesso da operação conjunta da Polícia Federal e do Exército para retirar os cerca de 150 trabalhadores sem-terra que invadiram, na madruga de sábado, a Fazenda Córrego da Ponte, de propriedade da família do Fernando Henrique Cardoso. O Movimento dos Sem Terra (MST) havia informado que eram 500 invasores. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, um dos motivos que levou o MST a ocupar a fazenda são as eleições deste ano. "Não tenho a menor sombra de dúvida que uma parte da razão que explica essa invasão tem a ver especificamente com este ano", disse Jungmann. "Poderíamos estar aqui diante de um desastre de proporções realmente extraordinárias em termos de democracia, em termos institucionais e em termos políticos sobretudo em um ano eleitoral", completou. A fazenda da família do presidente foi desocupada pacificamente pelos manifestantes hoje de manhã, quando 16 líderes do Movimento dos Sem Terra (MST) foram presos em flagrante. Eles serão processados pela Justiça por crimes que vão desde invasão de estabelecimento agrícola até furto. Tanto Jungmann, como o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, consideraram um êxito a saída pacífica dos manifestantes. "A operação foi coroada de êxito, sobretudo porque estamos aqui sem ter nenhum arranhão, sem ter nenhuma morte, sem nenhum ferido", disse Jungmann. "Diante da magnitude da violência dos sem terra, foi um processo exitoso", afirmou Nunes Ferreira. A fazenda foi periciada pela Polícia Federal, que filmou e fotografou a propriedade e fez um levantamento de todos os estragos. "Ainda não sabemos o que foi furtado", disse o ministro da Justiça. "Mas sabemos que havia objetos pessoais do presidente espalhados pelo chão, facas enterradas perto da árvores e um barril de gasolina, que não sabemos se era para fazer coquetel molotov", afirmou Aloysio Nunes. "Também houve consumo de alimentos e bebidas do presidente", contou. O ministro da Justiça considerou "satisfatória" e "positiva" a nota do PT condenando a invasão dos sem-terra. Ontem ele acusou o PT de ter relações "íntimas e xipófagas" com o MST. "Considero, de coração aberto, plenamente satisfatória a nota do PT e as declarações de seu ilustre", disse.

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