Anatel testa bloqueador de celular em presídio

Por Agencia Estado
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai testar, a partir do fim do mês, equipamento que bloqueia as chamadas e impede o uso de telefones celulares em presídios. Serão selecionados estabelecimentos em São Paulo, Rio, Minas, Distrito Federal e um outro Estado, possivelmente Santa Catarina, Espírito Santo ou Pernambuco, segundo a secretária nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind. Os testes para verificar a eficácia do equipamento deverão ser feitos separadamente em cada penitenciária. Isso porque o sistema de bloqueio leva em conta a espessura das paredes, a densidade populacional em volta do presídio e a proximidade do mar, de morros ou elevações. Outra preocupação do Ministério da Justiça é garantir que o bloqueio do sinal dos celulares não impeça o uso dos rádios de comunicação interna. "Temos que acabar com o celular, mas não com o rádio", disse a secretária. Representantes do governo deverão acompanhar os testes. No Distrito Federal, o estabelecimento selecionado é o presídio da Papuda. O ministro da Justiça, José Gregori, disse que o governo vai financiar a instalação de aparelhos para bloquear ligações de telefone celular em penitenciárias de todo País, tão logo haja tecnologia com eficiência comprovada para isso. A idéia é tornar o equipamento obrigatório em estabelecimentos com 500 ou mais detentos, informou Elizabeth Sussekind. "O celular é predatório nas rebeliões e deixa um flanco desguarnecido para as administrações penitenciárias", afirmou Gregori. "É uma forma de o preso manter uma conexão com o mundo do crime." O ministro lembrou que foi sua a idéia de desenvolver o sistema de bloqueio estudado pela Anatel. "É preciso comprovar agora o funcionamento satisfatório." Metais - Desde setembro, o ministério distribuiu cerca de 200 detectores de metais para impedir a entrada de armas e telefones celulares em presídios. Mas os aparelhos não estão sendo usados de modo satisfatório, admite a secretária. "Nem todos os Estados levam a sério, especialmente no interior", lamenta ela, contando que tem visitado penitenciárias onde os portais com os detectores ficam desativados. Além disso, outra dificuldade é garantir que só entre no presídio quem tiver passado pelo aparelho. "Não importa se é o diretor ou o cardeal, não se pode abrir exceção", enfatizou a secretária.

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