Anastasia descarta 'relacionamento negativo' com governo Dilma

Declaração do governador eleito foi feita em razão de o PT-MG pregar oposição radical aos tucanos do Estado

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Por Eduardo Kattah
Atualização:

BELO HORIZONTE - O governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse nesta terça-feira, 14, que não acredita em um "relacionamento negativo" com o governo Dilma Rousseff pelo fato de o PT-MG pregar a radicalização da oposição política aos tucanos mineiros. No último encontro do diretório estadual, o PT mineiro aprovou resolução na qual pede que o diretório nacional e o futuro governo federal reconheçam a importância de contrapor o "projeto tucano" no Estado.

 

O PT-MG também espera que o governo Dilma adote uma postura menos amistosa em relação ao ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB), classificado no documento partidário como "porta-voz do PSDB e líder da oposição neoliberal".

 

"Temos hoje no Brasil vários governadores que são de oposição ao governo federal, isso não significa que haverá um relacionamento negativo, ao contrário", afirmou Anastasia, durante evento no Palácio Tiradentes.

 

Para o governador mineiro, é preciso distinguir as "esferas" administrativa e política. "Teremos um relacionamento administrativo à altura, tenho certeza, da presidente Dilma, dos governadores, da oposição. Porque, evidentemente, vivemos em uma federação, cada qual com sua competência."

 

Guerra fiscal

 

Anastasia assinou nesta terça decreto com medidas tributárias de proteção ao setor leiteiro de Minas, estipulando tributação para o produto e derivados produzidos fora do Estado. O leite e derivados - que contam com isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - passarão a ser tributados, respectivamente, com alíquota de 12% e 18%.

 

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O governador pregou a necessidade de uma "ampla" reforma tributária, mas deixou claro que o Estado vai se defender da chamada guerra fiscal. "No momento que outros estados tenham esses incentivos, nós vamos criar também aqui as nossas proteções para que cada vez mais fique em Minas Gerais a nossa produção", disse.

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"Tenho defendido de modo muito ardoroso uma ampla reforma tributária no Brasil por razões óbvias. Uma das razões é exatamente esta, essa questão de guerra fiscal que acaba criando dificuldade entre os estados."

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