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ANÁLISE: Unir produção e preservação ambiental é o único caminho

O meio ambiente que nos deu todas as condições necessárias para chegar até aqui e preservar esse patrimônio é fundamental para a perenidade do nosso desenvolvimento

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Por André Guimarães
Atualização:

O País que em 50 anos migrou da posição de importador de alimentos para o 2.º lugar no ranking dos maiores produtores agrícolas do mundo já provou sua competência. Esse salto enorme do Brasil é reflexo de decisões que foram tomadas nas últimas décadas. Por exemplo, a criação da Embrapa, do Plano Safra, de obras de infraestrutura, etc. O resultado está aí: o agronegócio responde por cerca de um quarto do PIB do Brasil e é um dos principais geradores de emprego no País.

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Essa trajetória que nos trouxe até aqui tem agora um novo capítulo: colocar o Brasil numa posição de liderança agroambiental. Dono de 20% das espécies conhecidas pela ciência, 12% da água doce do planeta, solos agricultáveis e clima tropical, o Brasil usou esse patrimônio ambiental a favor do seu desenvolvimento.

Todos os nossos ciclos econômicos tiveram como base a natureza, como a exploração do pau-brasil, ouro, açúcar, café, borracha e, mais recentemente, da agropecuária como um todo. O meio ambiente que nos deu todas as condições necessárias para chegar até aqui e preservar esse patrimônio é fundamental para a perenidade do nosso desenvolvimento. Manter a floresta em pé, seja por meio das áreas protegidas e territórios indígenas, ou pela conservação em propriedades privadas, é a forma mais barata de garantir água para os brasileiros e a nossa economia. 

O presidente Jair Bolsonaro do Brasil acredita que outros países querem explorar a Amazônia, e não preservá-la. Foto: Mauro Pimentel/AFP/Getty Images

Unir produção agropecuária com conservação ambiental é o único caminho possível para o século 21. É por isso que, durante o Congresso ABAG 2019, o público ouviu repetidamente de vários representantes do setor que o combate ao desmatamento ilegal precisa ser uma prioridade do governo. Segundo dados do MapBiomas, 90% do desmatamento da Amazônia hoje provém de atividades ilegais.

Combater a criminalidade deve ser a meta qualquer brasileiro que almeja um País melhor para seus filhos e netos. Quem não corrobora com o desmatamento ilegal zero não conhece a história do Brasil e não está trabalhando pelo nosso futuro. 

*ANDRÉ GUIMARÃES É COFACILITADOR DA COALIZÃO BRASIL CLIMA, FLORESTAS E AGRICULTURA E DIRETOR DO INSTITUTO DE PESQUISA DA AMAZÔNIA (IPAM)

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