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Análise: Supremo deveria é enfrentar morosidade da Justiça

Toffoli não quer interpretar o princípio e a garantia da presunção de não culpabilidade, e inventa um escapismo

Por Wálter Fanganiello Maierovitch
Atualização:
O presidente do STF, Dias Toffoli ao chegar ao plenário da Corte Foto: Dida Sampaio/Estadão

Mais uma vez, o STF – que se apresenta como técnico-jurídico, mas é político como é a Corte suprema norte-americana que lhe serviu de modelo – vai se debruçar sobre a constitucionalidade de artigo da lei processual penal a impedir a execução de condenação não passada em julgado

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No momento, a pergunta é: estaria o STF a apreciar a limitação da garantia constitucional da presunção de não culpabilidade se tivéssemos: processo criminal com prazo razoável de duração, menos instâncias, órgãos colegiados julgadores em primeiro grau, menor número de recursos e regimentos de tribunais sem tantos atalhos? Até um reprovado em exame da OAB responderia com um rotundo não.

O STF não irá enfrentar a verdadeira causa que é a morosidade da Justiça. Apenas irá interpretar uma garantia constitucional pétrea. Mas atenção para um novo contorcionismo jurídico que virá por proposta do presidente do STF, Dias Toffoli, que entende que a execução provisória só pode ocorrer após a confirmação da condenação pelo STJ. Toffoli não quer interpretar o princípio e a garantia da presunção de não culpabilidade. Inventa um escapismo. *DESEMBARGADOR APOSENTADO, É PRESIDENTE DO INSTITUTO GIOVANNI FALCONI DE CIÊNCIAS CRIMINAIS

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