Como a presidente Dilma Rousseff reagirá às enormes manifestações antigovernamentais acontecidas em dezenas de cidades brasileiras neste domingo? Em São Paulo, segundo cálculos da polícia, a multidão que tomou conta da avenida Paulista era formada por mais de um milhão de pessoas.
Quando os manifestantes tomaram as ruas em junho de 2013, suas queixas eram difusas; desta vez as críticas têm endereço certo: seus alvos são a própria Dilma e o Partido dos Trabalhadores, a agremiação esquerdista de que ela faz parte.
Alguns dos que protestavam exigiam o impeachment da presidente por conta do escândalo que envolve subornos multibilionários na gigante estatal Petrobrás; outros queriam apenas externar sua indignação com a corrupção generalizada e os anos de má gestão econômica, que fizeram a inflação chegar a 7,7% em fevereiro e devem pôr o Brasil em recessão este ano. A presidente Dilma não renunciará, como os manifestantes gostariam que ela fizesse. Mas tampouco vai poder ignorar a insatisfação que eles levaram às ruas.
© 2015 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. TRADUZIDO POR ALEXANDRE HUBNER, PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM.