A candidata do PSTU à Prefeitura de São Paulo, Ana Luiza Figueiredo, defendeu nesta terça-feira, 21, um calote na dívida do município com a União, hoje na faixa dos R$ 48 bilhões. Ela afirma que, caso eleita, se recusaria a pagar as parcelas anuais de cerca de R$ 4 bilhões até "zerar o déficit de creches na cidade". "Defendemos que não se pague a União e que se invista (esse valor) na saúde e creches", pregou a candidata durante a série Entrevistas Estadão.
A série Entrevistas Estadão já teve a participação dos candidatos Paulinho da Força (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB). O próximo entrevistado será Miguel Manso (PPL), nesta quarta-feira (22).
A questão da dívida vem sendo mencionada por diversos candidatos neste pleito. O problema se estende desde a administração de Celso Pitta (1997-2001). Em 2000 a União assumiu a dívida de São Paulo e estabeleceu o indexador IGP-DI + 6% para os pagamentos. Em 2002, na administração de Marta Suplicy (PT), o indexador mudou porque a Prefeitura não fez a amortização de R$ 3 bilhões, no final do ano. Na ocasião, o saldo devido era de R$ 10,5 bilhões. O não pagamento elevou o indexador de correção do saldo devedor para IGP-DI + 9%. O novo porcentual incidiu retroativamente e causou o crescimento de quase R$ 17 bilhões na dívida. Caso a parcela tivesse sido paga, a dívida seria de R$ 31 bilhões.