13 de agosto de 2008 | 05h42
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ao jornal francês Le Monde que é preciso agir rápido para salvar a Rodada Doha. Em entrevista publicada pelo diário nesta quarta-feira, 13, nistro disse que ainda há uma "pequena chance" de se chegar a um acordo após o fracasso das negociações em Genebra, no mês passado. Veja também:Lula diz à Índia que 'está disposto a jogar tudo que puder'Negociações da Rodada Doha fracassam com impasse agrícolaOs problemas que levaram as negociações ao fracasso Vencedores e perdedores após colapso de DohaPrincipais datas que marcaram a rodadaVeja a reação no Brasil após o fracasso das negociações da OMC "É preciso agir rápido, a partir do mês que vem, seja em Brasília ou no exterior, antes que outros fatores políticos, como eleições nos Estados Unidos e na Índia interfiram ainda mais", disse ele ao Le Monde. Para Amorim, o presidente Lula, "com a autoridade de alguém que venceu tantos obstáculos em sua vida, pode convencer (as principais lideranças) a retomar o diálogo". "Lula já conversou com Bush a respeito. Em Pequim, reuniu-se com o presidente Hu Jintao. Ele vai telefonar para o primeiro-ministro indiano e já estamos em contado com os australianos e indonésios", disse o ministro. Celso Amorim disse que o Brasil está convencido de que o sistema multilateral é essencial ao mundo de hoje e que os acordos bilaterais não são uma boa solução. "A OMC tem seus defeitos, mas funciona bem. A falta de acordo afetará sobretudo os países pobres, pois as subvenções e as barreiras aduaneiras são pagas com vidas humanas, privações para populações inteiras e com o atraso no desenvolvimento de algumas nações", disse Amorim. Segundo o ministro, o Brasil perde em curto prazo com o fracasso de Doha, mas conta com vantagens como "solos ainda inexplorados, o sol, a água, tecnologia e exportações agrícolas que não param de crescer". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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