PUBLICIDADE

América do Sul passa por consolidação democrática, diz Lula

O presidente defendeu que a união é a única maneira de ver os países da região entre os mais ricos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou, nesta quinta-feira, no Palácio da Alvorada, que a América do Sul passa por um momento político muito rico em termos de consolidação democrática e insistiu que acredita na integração da região como uma necessidade para a construção da democracia e da paz e como a única possibilidade de ver os países entre as nações ricas. "Para os que duvidam, há menos de uma década..., ou de 20 anos, a América do Sul vivia quase completamente em regime autoritário. Em todos os países havia gente que acreditava na luta armada", afirmou Lula, ao ser questionado se os movimentos nacionalistas, como as medidas de Evo Morales na Bolívia para o setor do gás afetaram a percepção de risco na América do Sul e podem afugentar investimentos estrangeiros. "Da década de 80 para cá, todos os grupos, com exceção das Farc, acabaram. Até o presidente Chávez tentou e não conseguiu (dar um golpe de Estado nos anos 90) e voltou pela via da eleição", completou Lula, que, pela primeira vez, fez a menção da tentativa de golpe de Chávez. Ao lado do presidente francês, Lula defendeu ainda que o processo de nacionalização do gás na Bolívia não se deu "por causa do Evo Morales." A causa teria sido, na opinião de Lula, a queda do presidente Gonzalo Sanchez de Lozada e um referendo organizado sob a presidência de Carlos Mezza no qual 92% dos bolivianos se mostraram a favor da nacionalização. Lula rebateu, entretanto, as críticas de vários setores da sociedade brasileira à reação pacata de seu governo às atitudes tomadas por La Paz. "Muita gente queria que eu fosse mais duro com a Bolívia e eu, em vez de ser truculento, acreditei no poder da conversa e na capacidade do diálogo." Segundo Lula, com a visita do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a La Paz, no dia 22, tornou-se claro que "a Bolívia é sabedora que é dona do gás e é sabedora também que precisa vender gás para o Brasil". A solução, para o presidente Lula, é simples: "De forma equilibrada, temos de encontrar um preço que atenda aos dois lados."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.