PUBLICIDADE

Amapá explora Amazônia sem destruí-la

Por Agencia Estado
Atualização:

O Amapá tem uma vantagem sobre os demais Estados amazônicos: mais de 95% de sua floresta está preservada. Isso não significa que a mata seja intocável. Pelo contrário, cada vez mais são explorados os produtos florestais, só que sem a derrubada predatória das árvores. É por isso que o governador João Alberto Capiberibe (PSB) franze a testa só de ouvir falar no projeto que permite maior desmatamento. "Já está provado que depois da derrubada, a monocultura desenvolvida no lugar é destruidora." O governador não é uma voz solitária. Ao seu lado, estão especialistas de meio ambiente que são contrários ao polêmico projeto. O agrônomo Paulo Kageyama, vice-diretor do Instituto de Pesquisas de Estudos Florestais, defende a manutenção da floresta em pé, literalmente. "É um absurdo quererem aumentar essa área de desmatamento" critica. O motivo, para ele, é simples. "Conforme aumenta o conhecimento da floresta, mais se valoriza a biodiversidade. Estamos falando de uma região onde há mais de mil espécies vegetais e 100 mil de animais e microrganismos por hectare." O biólogo João Paulo Capobianco, coordenador do Instituto Socioambiental (ISA), diz que o projeto não tem a menor lógica, nem mesmo do ponto de vista ecônomico, e há outros interesses por trás da proposta. "O que eles querem é que a Amazônia seja vista como um todo, permitindo que 20% dela seja desmatada em área contínua."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.