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Alvo de protesto, Alckmin cobra ação do governo Lula em educação

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aproveitou a inauguração da segunda fase das obras da USP na Zona Leste da capital paulista para cobrar o governo federal por promessas de investimentos em educação no Estado de São Paulo. Diante de um protesto de estudantes contra medidas aplicadas pelo governador nessa área, Alckmin rebateu dizendo que a mobilização surgida há alguns anos na Zona Leste tinha por objetivo convencer as autoridades a instalarem uma universidade federal na região, mas que o governo não havia atendido a demanda. "A luta inicial era por uma universidade federal, mas o governo não cumpriu. Nós cumprimos e aí está a universidade estadual", disse Alckmin, diante de faixas de protesto contra o fato de o governador ter vetado projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa, aumentando de 9,57% para 10% o repasse do ICMS para as universidades estaduais. Os manifestantes gritavam frases como "Fala do veto" e "Geraldo Ladrão, destrói a educação". Alckmin tentou amenizar o clima de desconforto e chegou a arrancar alguns aplausos de parte da platéia ao dizer: "Esta é a universidade que nós queremos. Nós não queremos o silêncio da ditadura." O governador disse ainda que a inauguração seria "chata sem esse calor humano, esse debate democrático" e assegurou que não se incomoda com as críticas. Durante o protesto, um outro grupo de populares gritava palavras de apoio à candidatura de Alckmin à presidência da República. Depois da cerimônia, o governador reiterou a cobrança feita ao governo e aproveitou para destacar que o Estado de São Paulo recebe uma atenção muito pequena da administração federal no âmbito da educação. "Em São Paulo, há uma participação muito pequena do governo federal no ensino de terceiro grau, diferentemente do Brasil inteiro", destacou o governador, lembrando que as principais universidades instaladas na região estão sob o guarda-chuva do Estado. Segundo ele, esse mesmo cenário se repetiu no caso da implantação de uma universidade na Zona Leste: "Nada avançou, então o Estado fez. E nós não prometemos". Ao explicar os motivos do veto à elevação dos repasses à educação, Alckmin se defendeu dizendo que esta seria uma medida prejudicial ao Estado. Segundo ele, as duas únicas formas de realizar o aumento seriam por meio da elevação da carga tributária ou do uso de parte dos recursos hoje alocados nos ensinos médio e fundamental. "Vetei porque é contra o interesse do Estado. É contra o povo", disse o governador. Ele esclareceu que o Estado de São Paulo já destina 30% do orçamento à área de educação, acima dos 25% exigidos pela Constituição. Um terço desse montante, segundo ele, é destinado ao ensino universitário, que reúne 120 mil alunos, enquanto o restante vai para os ensinos médio e fundamental, que englobam cerca de 6 milhões de estudantes. "Seria tirar dinheiro de 6 milhões de alunos para dar a 120 mil. E o valor para as universidades já é ótimo. Tanto é que elas estão se expandindo, estão crescendo e são as melhores universidades do País."

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