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Alvo de oito inquéritos, Jucá é membro do Conselho de Ética

Composição de colegiado é aprovada para que possa funcionar; há representação contra senador Aécio Neves

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Por Julia Lindner e Isabela Bonfim
Atualização:

BRASÍLIA - Após três meses de atraso, a composição do Conselho de Ética do Senado foi aprovada na noite desta terça-feira, 30, para que o colegiado volte a funcionar. O conselho é responsável por analisar eventuais denúncias por quebra de decoro parlamentar que podem levar à cassação do mandato. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), foi anunciado como membro titular do colegiado. Ele é alvo de oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) Foto: André Dusek/Estadão

Em abril, após a delação premiada da Odebrecht, o ministro Edson Fachin, do STF, autorizou a abertura de inquéritos para investigar 24 senadores, entre eles Jucá. Outro investigado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foi escolhido como suplente do Conselho. Até o momento, 20 dos 30 membros do colegiado foram indicados. Entre eles Jucá, Braga e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) são investigados no âmbito da Operação Lava Jato. Eduardo Amorim (PSDB-SE) é investigado em outros casos no STF. Somente o bloco Democracia Progressista (PP e PSD) ainda não fez nenhuma de suas indicações. Há 12 dias, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma representação contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) ao Conselho. O documento ainda não foi analisado porque o colegiado precisava da indicação de mais da metade dos membros para dar início aos trabalhos. Aécio, que já era investigado na Lava Jato, também foi citado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, na delação premiada homologada por Fachin. Joesley contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. O pedido de empréstimo foi confirmado pela defesa que, no entanto, alegou que ele não tem nenhuma relação com a ocupação de cargo público. Fachin afastou Aécio do mandato de senador durante as investigações e determinou a prisão de sua irmã, Andrea Neves. Além de Aécio, a delação da JBS também pode gerar a abertura de inquérito sobre outros parlamentares. As investigações não precisam resultar, necessariamente, em processos no Senado, que dependem de vontade política para serem instaurados. O presidente e vice-presidente do Conselho ainda serão eleitos. Nos últimos anos, João Alberto Souza (PMDB-MA), um aliado do ex-presidente José Sarney e de Renan Calheiros (PMDB-AL), tem sido, seguidamente, reconduzido ao comando do Conselho de Ética. Ele foi indicado como membro do colegiado e deve ser eleito para o posto de comando mais uma vez. Confira a lista dos membros que já foram indicados para o Conselho de Ética: Titulares Airton Sandoval (PMDB-SP) João Alberto (PMDB-MA) Romero Jucá (PMDB-RR) Davi Alcolumbre (DEM-AP) Flexa Ribeiro (PSDB-PA) Eduardo Amorim (PSDB-SE) José Pimentel (PT-CE) Acir Gurgacz (PDT-RO) João Capiberibe (PSB-AP) Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) Wellington Fagundes (PR-MT) Pedro Chaves (PSC-MS) Suplentes Jader Barbalho (PMDB-PA) Eduardo Braga (PMDB-AM) Hélio José (PMDB-DF) Ataídes Oliveir (PSDB-TO) Paulo Bauer (PSDB-SC) Regina Sousa (PT-PI) Fátima Bezerra (PT-RN) Telmário Mota (PTB-RR)

Correções

Ao contrário do que a matéria informava anteriormente, o senador Flexa Ribeiro não é mais alvo de inquérito no STF. A investigação sobre o parlamentar já transitou em julgado.

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