Alunos da rede pública receberão livros clássicos e de cordel

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Por Agencia Estado
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As oito coleções de livros de literatura que serão distribuídas no início de 2003 aos alunos da 4ª série da rede pública têm de obras clássicas de autores brasileiros e estrangeiros à literatura de cordel. Cada aluno levará para casa uma coleção com cinco livros do Programa Nacional de Biblioteca da Escola. "É um presente para o aluno", disse o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, ao anunciar nesta terça-feira os novos títulos selecionados. O ministro criticou diretores e professores que, neste ano, não distribuíram os livros enviados para os alunos e afirmou esperar que isso não se repita em 2003. Cada coleção é formada por um livro de poesia, um de conto, uma novela, uma obra clássica (traduzida ou adaptada) e uma peça teatral. Entre os autores selecionados estão Ana Maria Machado e Lygia Bojunga Nunes, duas ganhadoras do prêmio Hans Christian Andersen, espécie de Nobel da literatura infantil. Figuram na lista autores brasileiros renomados como Jorge Amado, Zelia Gattai, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Rachel de Queiróz. A integrante da comissão de seleção Bettty Serra, que representa a Fundação Nacional do Livro Juvenil e Infantil e o Proler, afirmou que crianças pobres terão acesso às mesmas obras que as famílias mais favorecidas compram para seus filhos. Entre elas "As aventuras de Alice no País das Maravilhas", "Contos de Grimm: Animais Encantados", "O Mágico de OZ" e "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá". Esta é a segunda edição da campanha Literatura em Minha Casa. Mas desta vez os alunos de 5ª série não serão beneficiados. O governo gastará R$ 19,8 milhões na compra dos livros, para 3,5 milhões de alunos. A ausência de Monteiro Lobato foi lamentada por Betty Serra. O autor integrava uma coleção sugerida por uma editora, mas não aprovada no conjunto pela comissão de seleção - que permaneceu dez dias incomunicável numa fazenda, lendo as obras sugeridas. "Me entusiasmou a excelente seleção", disse o diretor-geral do Instituto Brasil Leitor, William Nacked, ao analisar a seleção do MEC. A pesquisadora Maria Zélia Versiani Machado, do Centro de Alfabetização e Leitura da Universidade Federal de Minas Gerais, disse que os autores escolhidos são inquestionáveis, mas lamentou a repetição de alguns nomes e a restrita participação de autores e editoras novas. O diretor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Erasto Fortes de Mendonça, elogiou o projeto, mas defendeu maior autonomia para os professores escolherem as obras.

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