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Alteração no fundo de R$ 3,6 bi deve ser aprovada hoje, diz relator

Criação do fundo público de financiamento de campanha foi articulada pelos parlamentares para compensar a falta de recursos devido à proibição de doações empresariais

Por Isadora Peron e Renan Truffi
Atualização:

BRASÍLIA - Relator da proposta de emenda à Constituição da reforma política, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) disse que o plenário da Câmara deve votar ainda nesta quarta-feira, 16, o texto-base do projeto que institui o chamado “distritão” e cria o fundo público de financiamento de campanha.

Em seguida, os deputados devem analisar também uma emenda para excluir do texto principal a parte que estabelece que o fundo pode chegar a R$ 3,6 bilhões nas eleições de 2018. Os demais destaques, isto é, alterações na proposta, devem ser analisadas somente na próxima semana.

Deputado Vicente Candido (PT SP), relator da proposta de reforma política, conversa com deputado Lúcio Vieira Lima durante reunião da Comissão Especial de Reforma Política na Câmara. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O alto valor do fundo tem sido alvo de críticas. A emenda que será apresentada deve propor que o montante destinado ao financiamento das campanhas seja definido a cada eleição, pelo Congresso, durante a discussão do Orçamento. Não há nenhuma garantia, porém, que esse valor fique menor do que o já proposto.

Pelo texto aprovado na semana passada na comissão, o fundo teria um valor correspondente a 5% da Receita Corrente Líquida da União do ano anterior, o que chegaria, em 2018, aos R$ 3,6 bilhões.

A criação do fundo foi articulada pelos parlamentares para compensar a falta de recursos causada pela proibição das doações empresariais, instituída pelo Supremo Tribunal Federal em 2015.

Outro ponto polêmico é a adoção do “distritão” para as eleições de 2018 e 2020. Pelo modelo, é eleito o candidato que receber mais votos.

Para diminuir a resistência ao modelo, deputados já falam na criação de um sistema único, que não é usado em nenhum outro país do mundo, e vem sendo chamado de “distritão misto” ou "semidistritão". Por esse novo modelo, seriam eleitos os deputados mais votados, mas permaneceria a possibilidade do voto na legenda, que seria distribuído entre todos os candidatos da sigla.

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Por se tratar de uma PEC, as alterações no texto irão precisar do apoio de pelo menos 308 dos 513 deputados para serem aprovadas. Além dessa proposta, outras duas comissões na Câmara discutem mudanças no sistema político-eleitoral. 

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