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Almoço de confraternização marcará apoio do PMDB a Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende concluir com um almoço de confraternização, às 12h30 de hoje, a adesão das bancadas do PMDB à base parlamentar governista no Congresso. Os pontos do acordo com o governo foram detalhados no final da noite de ontem e início da madrugada de hoje em conversas do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente do Senado, José Sarney (AP), que será o anfitrião do almoço na residência oficial do Senado. O encontro será politicamente simbólico e ainda não pode ser considerado o arremate final nas negociações entre os dirigentes da legenda e o governo. O presidente Lula deverá pedir aos 69 deputados e 21 senadores do PMDB o apoio às propostas de reforma previdenciária e tributária que encaminhou ao Congresso. Em troca, o governo se comprometerá a abrir espaços de poder e capacidade de influir nas decisões de políticas públicas de seu governo. O ápice desse processo deverá ser a ascensão do PMDB ao ministério, em posições a serem definidas mais adiante. Nem Lula nem o PMDB desejam mudanças ministeriais agora. O governo, porque ainda está em seu início, e o PMDB, porque receia o carimbo de "fisiologismo", que seria inevitável em um partido que participou do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, apoiou o principal adversário de Lula nas eleições do ano passado, José Serra, e agora se transfere para o lado do vitorioso. Problemas regionais O PMDB dificilmente entrará em bloco no governo, sobretudo a representação da Câmara dos Deputados, que conta, entre os opositores da aliança, notáveis do partido como os ex-ministros Raul Jungman (Reforma Agrárioa), Eliseu Padilha (Transportes), o ex-governador do Rio Moreira Franco, o ex-líder da bancada e atual primeiro secretário da Câmara, Geddel Vieira Lima. A idéia não anima também os governadores do partido, que têm o PT como principal adversário, como é o caso de Germano Rigotto, governador do Rio Grande do Sul, ou temem que o PT de Lula se fortaleça ainda mais e vença as eleições municipais de 2004. O PMDB é o partido que elegeu o maior número de prefeitos e vereadores nas eleições do ano 2000. Se tudo correr como o governo imagina agora - e o seu interesse maior é obter maioria parlamentar para aprovar as reformas constitucionais este ano -, o PMDB o ajudará a nessa tarefa na Câmara e, no final do ano, quando as reformas chegarem ao Senado, onde o partido tem a maior bancada (conta com 21 senadores e espera a adesão de mais quatro ou cinco, entre eles a ex-governadora maranhense Roseana Sarney, do PFL), terá chegado a hora de também definir o espaço de participação que a legenda terá no ministério. Para o PMDB, esse intervalo de tempo será suficiente para avaliar o custo-benefício de um vínculo formal com o governo petista.

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