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Aline, 11 anos, paraplégica, realiza seu sonho: surfar

Por Agencia Estado
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A garota Aline Aparecida Martins Lima, de 11 anos, assiste sempre à novela Da Cor do Pecado e admira sua xará Aline de Moraes em cima de uma prancha de surfe. Sentada em sua cadeira de rodas, a menina deixava a imaginação voar para construir um sonho: o de, um dia, poder também surfar, mesmo sendo paraplégica. E esse dia chegou hoje, para ela e mais 44 amigos portadores de deficiências especiais - físicas e cerebrais - que fazem tratamento no Ambulatório de Terapia Ocupacional da PUC de Campinas Aline e as crianças desembarcaram na praia do José Menino, em Santos, e puderam conhecer o mar, a areia. Ela tinha um plano bem definido e foi para a água acompanhada por Pagi, um dos professores da Escola de Esportes Radicais, mantida pela prefeitura de Santos. Pegou várias ondas, sempre protegida pelo instrutor, mas no final pediu: "posso pegar uma sozinha?". Autorizada, Aline esperou uma onda quebrar bem perto da praia, pois o mar estava muito agitado, e conseguiu realizar seu sonho. Era um desafio que até mesmo o experiente coordenador do ambulatório da PUC, Roberto Ciasca achava difícil de ser vencido. "Estava preocupado, pois não sabia se ela conseguiria se equilibrar na prancha dentro do mar, o que é muito diferente de estar sentada em sua cadeira de rodas". Mas a menina equilibrou-se direitinho e voltou hoje mesmo para Campinas com outro objetivo: voltar mais vezes para surfar. Mas só depois de declarar a Pagi: "eu te ajudei mais do que você me ajudou". Roberto Ciasca conta que já viu experiências emocionantes com o trabalho que seu ambulatório realiza duas vezes por ano, levar crianças e adolescentes para conhecer o mar e aprender a surfar. Numa delas, viu o garoto Washington, de 11 anos, não resistir à atração do mar e andar - pela primeira vez em sua vida - na direção das ondas. Hoje mesmo houve uma emoção especial para Simone Miranda, professora da Escola de Esportes Radicais. Ela estava encarregada de acompanhar Anderson Alex de Souza Brito, de 11 anos, autista, e ficou preocupada porque o garoto não largava a mão de sua mãe. Mas Anderson, depois de alguns momentos olhando o mar, decidiu surfar com Simone. "Ele se jogou na prancha e não quis sair mais", contou a professora, que levou um susto: "O Anderson deu um grito e pensei que ia chorar. Mas não, ele estava rindo, muito alegre". Ciasca completou: "Para uma criança como Anderson, que não fala e raramente sorri, foi um passo grande".

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