Alimento à base de soja alivia sintomas da menopausa

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Por Agencia Estado
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Foram quase dois anos de pesquisa para o desenvolvimento do Previna, complemento alimentar à base de proteína de soja elaborado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Fundação Médico Cultural de Gastroenterologia e Nutrição de São Paulo (Fugesp). Aprovado pelo Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas da USP, o alimento, rico em isoflavona e cálcio, chega ao mercado pelas mãos da Sanavita, com um público-alvo definido: mulheres na menopausa. A pesquisa teve como ponto de partida o fato de 70% das mulheres ocidentais apresentarem nessa fase sintomas como perda de memória, tonturas, insônia, calores repentinos, sensação de fraqueza e outros sinais facilmente confundidos com depressão. Pesquisas internacionais provam que as orientais, que tradicionalmente consomem soja em abundância, estão menos sujeitas a esses desconfortos. O estudo, coordenado pela professora doutora Ângela Maggio e sua equipe, foi feito com pacientes do Grupo de Climatério do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas (HC), revela a eficiência do Previna no tratamento desses sintomas. O objetivo foi comparar os efeitos de um alimento à base de isolado protéico de soja com um medicamento empregado para Terapia de Reposição Hormonal (TRH). O resultado surpreendeu as pesquisadoras. O alimento testado demonstrou a mesma eficiência do hormônio sintético utilizado na comparação. Os dados da pesquisa serão divulgados nos próximos congressos de ginecologia e climatério no Brasil e exterior. "A pesquisa mostra que o alimento funcional estudado é tão eficiente quanto o TRH no tratamento da menopausa, tendo a vantagem de não provocar os efeitos indesejáveis da terapia de reposição hormonal", disse a doutora Ângela. Um grupo de 98 mulheres saudáveis, com sintomas da menopausa, participaram do ensaio clínico, com duração de 16 semanas. Delas, 48 receberam o repositor hormonal acetato de noretisterona estradional, que contém 2 mg de estradiol e 1 mg de cálcio. As demais receberam o alimento à base de soja, em duas doses diárias de 30 gramas de Previna com água, leite ou suco. Segundo a coordenadora do estudo, nos dois grupos os sintomas foram reduzidos de maneira acentuada, sem causar reações adversas. Durante o tratamento, as pacientes foram avaliadas clinicamente em relação à pressão arterial, Índice da Massa Corpórea e ao Índice de Kuppermann, que mede a intensidade dos sintomas da menopausa. Segundo a doutora Ângela, outro resultado relevante foi a ausência de reações adversas no grupo que ingeriu o Previna. Segundo a coordenadora, o estudo desenvolvido no HC tornou-se um referencial para médicos e profissionais da área que buscam alternativas de reposição hormonal para suas pacientes. Para a nutróloga, as primeiras beneficiadas são as mulheres com contra-indicação para a TRH clássica. "O emprego da terapia de reposição hormonal depende muito do histórico de cada mulher", diz. "Para muitas, o alimento testado aparece como uma nova perspectiva."

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