Aliança entre PT e PSDB agita cenário eleitoral em BH

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Por DANIELA NAHASS
Atualização:

A novela em torno da aliança entre o PT e o PSDB coloca em compasso de espera o processo de escolha dos candidatos dos outros partidos à Prefeitura de Belo Horizonte. A maioria ainda não sabe o que fazer. Se o PT fechar aliança com os tucanos, alguns partidos que são aliados históricos dos petistas cogitam lançar candidatura própria. Se a aliança falhar, há uma grande chance de surgir uma nova coligação na capital mineira com partidos como o PC do B e o PMDB, ao lado do PT. Por conta desta indefinição, as convenções estão sendo marcadas para o final do mês, quando termina o prazo legal para o registro dos candidatos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O último episódio da polêmica aliança entre petistas e tucanos aconteceu nesta semana. A decisão da Executiva Nacional do PT, que vetou a união entre o PT e o PSDB na capital mineira, atrapalhou os planos dos idealizadores da aliança, o governador Aécio Neves e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). O primeiro reagiu afirmando que a aliança formal com o PT não seria ?tão relevante? e que o PSDB continuará trabalhando pela candidatura de Márcio Lacerda ao lado do PSB e do PPS. Já Pimentel, exonerou do cargo o secretário municipal de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, e deixou claro que poderá lançar um nome alternativo ao de Márcio Lacerda, caso a aliança não se concretize. Diante destas novas posições, os demais partidos estão revendo sua estratégia para as eleições em Belo Horizonte. O PC do B, por exemplo, que tem como candidata a deputada federal Jô Moraes, e conta com o apoio do PRB, do vice-presidente José Alencar, não descarta uma futura composição com o PT. ?Estaremos sempre abertos a uma composição com os partidos que fazem parte da base eleitoral do presidente Lula?, afirmou Jô Moraes. Para dar tempo ao tempo, o PC do B marcou a convenção para o dia 29 de junho. Pré-candidatos O PMDB realiza sua convenção no dia 15 de junho e, como os outros partidos, também será diretamente influenciado pela concretização ou não da aliança PT-PSDB. O partido tem dois pré-candidatos, o deputado federal Leonardo Quintão, mais identificado com o Palácio da Liberdade, e o deputado estadual Sávio Souza Cruz, um ferrenho crítico da administração de Aécio Neves. ?O governador trabalhou pela união de Minas e não conseguiu entrar nela?, ironizou Souza Cruz. Para o deputado uma futura convergência com o PT seria ?natural?. A ala do PT municipal que nunca apoiou a aliança com os tucanos em Belo Horizonte também começa a se movimentar com o provável fracasso da dobradinha com o PSDB. Na última quarta-feira, Rogério Correia (PT) deixou o cargo de delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Minas para colocar o nome à disposição do partido. ?Existe uma grande chance de o PT fazer uma nova aliança com PMDB, PRB e PC do B?, afirmou. O vice-prefeito Ronaldo Vasconcellos (PV) também é pré-candidato e, segundo ele, terá o apoio do DEM. ?Já passamos pela fase da aproximação, do namoro, agora estamos na fase de noivado?, afirmou, jurando que o fim da aliança com o PSDB não vai afetar a decisão do partido. A única candidatura que parece certa até o momento é a do ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda, do PSB, que conta com o apoio do governador Aécio Neves e do PPS mineiro. Basta saber se a candidatura de Márcio Lacerda se viabilizará sem o apoio formal do PT, já que o ex-secretário é um nome desconhecido dos eleitores da capital mineira.

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