Aliados tentam forçar oposição a votar agenda econômica

Sem votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Congresso não pode entrar em recessão. Os aliados decidiram não votar a LDO enquanto os outros projetos prioritários não forem votados

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os líderes da base aliada no Congresso decidiram não votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enquanto não forem apreciadas na Câmara e no Senado as propostas da chamada agenda econômica. A decisão foi tomada por volta do meio-dia, durante reunião entre o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e os líderes dos partidos aliados ao governo no Congresso. Estão no Senado, aguardando acordo para votação, o projeto de Parceria Público-Privada (PPP), a Lei de Falências e o projeto de Biossegurança, entre outros. Na Câmara, estão a lei de informática, o projeto que trata das agências reguladoras, o projeto de Inovação Tecnológica, e o que cria a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. "Se não avançarmos nas matérias de interesse do Brasil, não votaremos a LDO", afirmou o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS). "Esta é a moeda que temos. Ficaremos todos mobilizados e convocados até que a oposição perceba que a agenda econômica precisa ser votada, não por causa do governo, mas porque é de interesse do Brasil", completou Albuquerque. O congresso não pode entrar em recesso enquanto não for votada a LDO. Para o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande, a oposição está mostrando comportamento equivocado ao ameaçar obstruir a pauta de votação desta semana. "Há risco de fracasso no esforço concentrado", afirmou Casagrande. O deputado disse ainda que, na Câmara, seis medidas provisórias estão trancando a pauta. Além disso, lamentou o deputado, está faltando diálogo entre a base aliada da Câmara e do Senado. Sem acordo sobre a LDO Durante a manhã, o governo não conseguiu fazer um acordo com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que se reuniu, hoje de manhã, com o ministro do Planejamento, Guido Mantega. Garibaldi disse que Mantega deixou claro que nem ele nem o ministro Palocci querem engessar o Orçamento no que se refere ao salário mínimo. Por isso, não aceitam nenhuma proposta que permita o aumento do mínimo proporcionalmente ao crescimento do PIB, como quer o senador. "Nada feito. Não temos nenhum acordo", disse Garibaldi Alves, ao retornar ao Congresso. Ele, no entanto, adiantou que não mudará seu relatório. Na avaliação de líderes do governo, a saída é derrubar esse dispositivo na votação do relatório na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que tem reunião marcada para hoje, ou deixar que o dispositivo seja vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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