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Aliados e opositores exigem a lista

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em mais um dia tumultuado no Senado, parlamentares de oposição e da base governista atacaram nesta terça-feira o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e defenderam a divulgação da lista com os votos da sessão secreta que cassou o mandato do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Diante da expectativa de que a relação dos votos seria conhecida nesta quarta-feira, senadores e parlamentares demonstraram irritação com o fato de a lista estar sendo usada pelo pefelista como instrumento de ?chantagem? e ?manipulação política? contra seus adversários. Até mesmo o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), fez um apelo para que a lista fosse divulgada. Ele reconheceu, no entanto, que se trata de um crime contra a Constituição a quebra do sigilo de uma votação secreta. ?Se tivesse uma cópia dela (lista), eu a mostraria para você?, declarou o tucano dirigindo-se a um jornalista. ?Ela tem de aparecer, porque até mesmo minha empregada está curiosa para saber dos detalhes da votação?, completou. Alvo de ACM, o líder do bloco de oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), que, segundo ACM, teria tido acesso à lista, chegou a anunciar que apresentaria uma questão de ordem em plenário pedindo ao presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), para verificar a possibilidade da relação dos votos ser impressa pelo Senado. Ele desistiu da proposta depois de uma conversa com Jader, na qual o peemedebista rechaçou qualquer chance de aceitar a sua reivindicação. ?Não vou promover nenhum ato que fira a Constituição?, declarou Jader, acrescentando que a cassação de mandato tem de ser feita mediante votação secreta, conforme estabelece a Constituição. ?Divulgar essa lista é um crime contra a Constituição?, frisou. Para Jader, a relação dos votos, que estaria em poder de ACM ou do ex-senador José Roberto Arruda, não tem nenhuma credibilidade. ?Daqui a pouco, será divulgada uma lista em que Luiz Estevão aparece votando pela cassação de seu mandato?, ironizou. Os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Heloísa Helena (PT-AL) e Emília Fernandes (PT-RS) reagiram nesta terça-feira contra as insinuações de que teriam votado contra a cassação de Estevão. Tebet afirmou que ACM estaria interessado em ?se vingar? pelo fato de ele ter conduzido o processo pela cassação de seu mandato no Conselho. ?Eu não o atendi no sentido de que a votação do relatório recomendando sua cassação por quebra de decoro fosse secreta e já havia aprovado no Conselho um voto de censura contra ele?, declarou o peemedebista acrescentou que não iria quebrar o sigilo de seu voto para não fazer o ?jogo? de ACM. O PT chegou a distribuir uma nota, negando a versão de ACM e defendendo seus parlamentares. ?Cabe registrar que nem o PT nem os seus senadores se deixarão intimidar por boatos, insinuações ou ameaças veladas produzidas nas sombras por personagens que convivem mal com a luz?, diz a nota do PT assinada pelo líder do partido na Câmara, Walter Pinheiro (BA), e pelo presidente nacional da legenda, José Dirceu (SP). Relator do caso de violação do sistema eletrônico de votação do Senado, o senador Saturnino Braga (PSB-RJ), que teria votado pela abstenção no processo de cassação de Estevão, classificou ACM de ?mentiroso?. ?É mais uma mentira que se soma a tudo isso?, declarou Saturnino. ?Agora, é deixar que ele renuncie e o povo da Bahia o julgue?, completou. O senador Siqueira Campos (PFL-TO), que também teria sido contra a cassação, disse que não iria abrir seu voto para não ?favorecer uma fraude?.

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