Aliados de Renan querem convencê-lo a pedir licença

Por Cida Fontes
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Aliados políticos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vão tentar convencê-lo a pedir uma licença ou férias de 30 dias para que seja articulada a retomada da normalidade na Casa. Apesar dessa negociação em curso, a oposição não pretende dar trégua e senadores do PSDB acusaram o PT de ter absolvido Renan com as seis abstenções. "O PT deu os seis votos da abstenção. O PT não teve coragem de mostrar a cara e usou a abstenção", afirmou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "A crise continua e está fora de nosso controle. Se tivermos vergonha, temos que engrossar não apenas na votação da CPMF. Temos que radicalizar, pois este nível de relação promíscua não pode continuar", disse o presidente tucano, Tasso Jereissati. O discurso dos tucanos responsabilizando o PT foi reforçado com a declaração de voto do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que se absteve e foi acusado de ter comandado a operação em favor da abstenção no plenário. Ao final, o petista ainda defendeu a licença de Renan do cargo de presidente. "Agora todo mundo é corajoso", reagiu Sergio Guerra. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que, como ainda há processo contra Renan em tramitação no Conselho de Ética, o peemedebista ainda pode ser condenado. "Vamos conseguir cassá-lo", disse Torres. Além do PSDB, outros senadores atribuíram a vitória de Renan ao PT. "É evidente que os votos saíram do PT", concluiu a senadora Patrícia Saboya (PSB-CE). O placar final já era esperado por conta das articulações no plenário durante a sessão. Antes do início da sessão secreta, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) comentou com senadores que, pelas estimativas, havia um empate: 40 senadores eram favoráveis à cassação e outros 40 à absolvição e que seria feito um trabalho em plenário em favor da manutenção do mandato de Renan.

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