O presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), está-se preparando para enfrentar a oposição no plenário da Casa na tarde desta terça-feira, 9, mas quer evitar confrontos com os adversários. Renan revelou a um aliado que chegará ao Congresso "muito mais disposto a fumar o cachimbo da paz do que pintado para a guerra". Veja Também: Em nota, Renan nega espionagem contra senadores da oposição Cronologia do caso Entenda os processos contra Renan Assessor de Renan nega esquema espionagem contra senadores Renan está levando Senado 'à sarjeta', diz Jarbas Suposta espionagem contra senadores reduz apoio a Renan Segundo esse aliado, Renan sabe que a oposição o atacará, mas sentará na cadeira de presidente do Senado disposto a não aceitar provocações. "Ele será paciente e tentará adotar um tom conciliador", relatou o aliado. Ele disse que o presidente do Senado entende que está em curso um processo político em que a oposição se utiliza de denúncias para desestabilizá-lo. Como o grande trunfo dele sempre foram as relações pessoais com os senadores do governo e da oposição, Calheiros avalia que a tática de seus adversários é justamente a de "quebrar" essas relações para enfraquecê-lo no plenário da Casa. Tudo seria parte de uma estratégia para cassar seu mandato de senador. 'Nova ofensiva' A mesma fonte disse que Renan acredita que a oposição está promovendo nova ofensiva - apresentando contra ele uma nova representação -, porque as três representações em curso não contêm elementos suficientes para condená-lo. Essa seria a razão da oposição para apresentar à Mesa Diretora, após as 15 horas desta terça, outro processo contra ele. Será o quinto pedido de investigação envolvendo o peemedebista por quebra de decoro. Os dois partidos pedem que sejam apuradas as denúncias de que Renan tentou montar um dossiê, recorrendo a arapongagem, para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Menos apoio Além dos três processos que já correm no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), enfrenta agora pressões de governistas e adversários para renunciar à presidência por ter articulado a destituição dos senadores peemedebistas 'rebeldes' Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por ter, supostamente, mandado investigar senadores adversários. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que, assim que Renan assumir o comando dos trabalhos nesta tarde, subirá à tribuna e fará um discurso apelando para que deixe a presidência da Casa. "Quero transmitir com toda a sinceridade a Renan que, em vez de ficar se explicando, o melhor é que se afaste da presidência e se dedique a fazer uma boa defesa para esclarecer todos os fatos", afirmou Suplicy.