Atualizado às 22h20 Brasília - A Procuradoria-Geral da República protocolou nesta quinta-feira, 12, no Supremo Tribunal Federal um pedido de inquérito contra o senador e ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para apurar suspeita de envolvimento do parlamentar no esquema de corrupção da Petrobrás.
O senador é citado nas delações do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. O nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o receber propina de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco.
À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento do Estado e dirigente do Porto de Suape, onde está a Refinaria Abreu e Lima. Campos morreu em acidente aéreo em agosto de 2014 em meio à campanha para a Presidência da República.
Costa relata que tomou conhecimento da solicitação de recursos por Youssef. O ex-diretor não soube detalhar de que forma o montante teria sido pago a Bezerra, mas indica que essa contribuição deveria ser feita por meio de recursos do consórcio Ipojuca Interligações, formado pelas empresas Iesa e Queiroz Galvão, que atuava na obra de Abreu e Lima.
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Com o pedido sobre Fernando Bezerra, já são 50 pessoas sob investigação no Supremo por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás. Os procuradores querem apurar a possível prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por Bezerra.
Segundo a Procuradoria, o material não foi enviado junto aos demais, em 3 de março, ao ministro Teori Zavascki por uma “falha processual”.
Perplexo. O senador, que foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma Rousseff – ele ficou no cargo até outubro de 2013, disse ter recebido com “perplexidade” sua inclusão no rol de políticos investigados na Lava Jato e afirmou que em 2010 não ocupou nenhuma coordenação na campanha de Campos. Bezerra diz não conhecer nem ter tido contato com o doleiro. Os contatos com Costa, segundo o senador, foram “estritamente institucionais, próprios do cargo que ocupava”. Em nota, Bezerra se diz “tranquilo e preparado” para enfrentar os questionamentos e colaborar com a Justiça.
A Queiroz Galvão informou que todas as doações realizadas pela empresa seguem rigorosamente a legislação eleitoral. A Odebrecht diz não ter feito “nenhum pagamento a nenhum agente público para obter contratos junto à Petrobrás”. A OAS nega “veementemente as alegações”.