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Alexandre Padilha, um zagueiro na defesa de mais verba

Ministro da Saúde não assumiu a liderança no debate que afeta diretamente a sua pasta

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Por Redação
Atualização:

O papel exercido por Alexandre Padilha na discussão da regulamentação da Emenda 29 está muito mais para "zagueiro" do Planalto que para ministro da Saúde. Ao contrário de antecessores, o ministro não assumiu a liderança no debate que afeta diretamente a pasta que comanda.

 

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Ele prefere o discurso alinhado com governo e com PT: reclama a necessidade da criação de regras estáveis para financiamento da saúde, diz ser preciso aumentar os valores, mas esquiva-se até mesmo em falar quanto seria preciso.

 

No domingo, durante o 4.° Congresso do PT, ele garantiu que o governo já sabe quanto precisa para a área, mas afirmou não ser o momento de entrar nesse debate: "Vocês acham que vou falar isso na semana do Sete de Setembro? Vamos com calma", disse aos jornalistas.

 

Questionado na segunda-feira, 5, se seria favorável à criação de um imposto específico para saúde, ele não esboçou reação. Apenas silenciou. Os sinais mais claros de simpatia foram a sugestão de elevar os tributos de cigarros e bebidas, além de um aumento da fatia do seguro obrigatório para automóveis (DPVAT) para a saúde.

 

Essa defesa, porém, é sutil. Ele faz questão de ressaltar que a decisão está nas mãos de parlamentares e o quanto é importante a atuação dos governadores. Como demonstrou com o silêncio de segunda-feira, Padilha quer manter distância de qualquer associação com a defesa da criação de um novo imposto.

 

E, fazendo coro à presidente Dilma Rousseff, sustentou que o importante é que a nova fonte de recursos seja vinculada, sem riscos de ser desviada. Na semana passada, Dilma afirmou que a antipatia em torno da CPMF era provocada pelo fato de os recursos não serem totalmente destinados para a saúde, como previsto.

 

Em vez concentrar o discurso no aumento de recursos, Padilha prefere ampliar a discussão, por exemplo, em torno da responsabilidade sanitária, lei que, segundo o ministro, seria uma ferramenta importante para garantir o uso adequado dos recursos em saúde.

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