Alencar: é preciso cortar abuso nas escutas 'pela raiz'

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Por Célia Froufe (Broadcast)
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Escutas telefônicas sem autorização do Judiciário são uma violência, uma ilegalidade e, portanto, um crime. A afirmação foi feita hoje pelo vice-presidente da República, José Alencar, após participar de evento da comemoração dos 40 anos da revista Veja. "É preciso cortar isso pela raiz", afirmou. O processo de investigação de grampos telefônicos sem autorização do Judiciário, será feito da forma mais rápida possível, afirmou Alencar, referindo-se ao grampo no telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ele admitiu que hoje não há segurança de nenhum brasileiro em relação a telefone, internet, e-mail ou "coisa que o valha". Alencar informou que há mais de 400 mil telefones rastreados por esse tipo de técnica, mas fez questão de enfatizar que há duas formas de fazê-lo. A primeira seria por meio do grampo oficial, com permissão do Judiciário e objetivo de elucidar algo que está sendo escamoteado. "Isso é válido", afirmou. Há também, conforme Alencar, um sem-número de pessoas sem vínculo com nenhuma instituição pública, mas que pode ser especialista em grampear telefonemas para depois vender os grampos para uso político ou empresarial. A saída para resolver a questão, segundo o vice-presidente, é por meio da tecnologia. "Se a tecnologia nos levou a isso, é preciso usar a tecnologia para bloquear e dar segurança ao uso de todos os aparelhos", considerou. Para o vice-presidente, também é necessário construir uma legislação capaz de punir os culpados. "Eu falo tranqüilamente ao telefone, mas às vezes me lembro: posso estar sendo grampeado", afirmou. "Tenho tomado mais cuidado quando falo com as namoradas", brincou com os jornalistas, reforçando que a sua esposa não se incomodará com a piada por que eles têm quase 50 anos de casamento.

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