Alencar defende fim da autonomia de agências e do BC

Vice afirma que um dos pontos que precisam ser revistos é o mandato fixo para diretores de agências

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Por Reuters
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Em meio à crise aérea, o vice-presidente José Alencar defendeu, nesta segunda-feira, o fim da "autonomia e da independência" das agências reguladoras do país e ainda incluiu o Banco Central como alvo desta revisão. "O problema da autonomia e da independência das agências tem de ser objeto de revisão. Nós vivemos um regime democrático e somos levados ao poder pela eleição... mas não temos o poder de autonomia das agências", disse Alencar a jornalistas após participar de um evento no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. "Autonomia e liberdade de determinados órgãos, como as agências e o Banco Central, têm de ser revistas, do contrário, estaremos negando aquilo que é o princípio democrático... é hora de aproveitar a oportunidade que a crise trouxe para discutir essas coisas". Alencar afirmou que um dos pontos que precisam ser revistos é o mandato fixo para diretores de agências reguladoras. "Não podemos ficar diminuídos. Somos eleitos e esse povo manda mais que a gente", disse Alencar. Avaliando que "as agências não deram certo", Alencar afirmou que os rumos de um país têm de ser traçados por decisões políticas e não por definições técnicas. "A decisão em todas as áreas não deve ser técnica, tem de ser política. A técnica deve assessorar, senão, por que democracia? Senão, pegaríamos um monte de técnicos para tratar do país", disse Alencar. Ao comentar sobre a independência efetiva, embora não formal, do BC, Alencar afirmou que "essa autonomia jamais poderia existir". Para ele, se o Banco Central fosse menos independente, os juros poderiam estar num patamar mais baixo. "Os juros no Brasil são um absurdo... ainda falta muito para os juros caírem. A taxa começou em 25 por cento no governo e agora é menos de 12 por cento e ainda é uma das mais altas do mundo". O vice-presidente defendeu ainda a abertura de capital da Infraero.

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