Aldo discutirá com líderes partidários fim do voto secreto na Câmara

A pressão pela mudança tomou força na semana passada após a absolvição dos deputados Professor Luizinho e Roberto Brant

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), vai discutir na terça-feira, em reunião com os líderes partidários na Casa, a proposta de acabar com o voto secreto nos processos de cassação de mandato de deputados. As pressões pela mudança do sistema de votação, que atualmente é secreta, ganhou força depois da absolvição, na semana passada, dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), acusados de ter sacado dinheiro de contas de Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão e do caixa 2 do PT. A reunião com as lideranças será durante almoço, na residência oficial do presidente da Câmara, no Lago Sul, em Brasília. Aldo disse que, em princípio, é favorável ao voto aberto. Mas ponderou que é importante verificar os casos em que deve ser adotado esse tipo de procedimento. Segundo ele, a idéia do voto secreto é proteger o parlamentar de pressões. Por isso, ele considera importante que os líderes discutam o tema. Decisão coletiva Aldo observou que há ponderações razoáveis a favor dos dois tipos de voto. "Tem de ser uma decisão coletiva. Não adianta a opinião pessoal minha", afirmou. Ele argumenta que, no caso de derrubada de vetos presidenciais a projetos aprovados, é importante o voto secreto para proteger o parlamentar das pressões do governo que, atualmente, tem maioria na Casa. No caso da cassação de mandatos de deputados, Aldo citou o fato de a Câmara já ter investigado deputado que mandou matar outro deputado. "É preciso avaliar se, no fundamental, o voto aberto é mais democrático e supera contrapontos de casos específicos, ou se não."

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