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Alckmin vê crescimento menor e critica governo federal

Governador ressaltou que crescimento de 4,5% do PIB neste ano será razoável em detrimento ao do ano passado, que foi superior a 7%

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e de O Estado S.Paulo
Atualização:

BOTUCATU - Num momento em que os tucanos José Serra e Aécio Neves disputam o papel de porta-voz da oposição no País, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) aproveitou a ida ao interior nesta sexta-feira, 21, para disparar criticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Embora sem contundência, como convém ao seu perfil moderado, ele criticou a manutenção das rodovias federais, a redução nos repasses do governo federal ao Sistema Único de Saúde (SUS) e até previu um crescimento menor da economia em 2011, ano não eleitoral.

 

 

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"Este ano não será igual ao de 2010", pontuou. "O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no ano passado deve ter sido superior a 7%. Este ano, se crescer 4,5% já é um crescimento razoável." Um dos fatores, segundo ele, é que os índices de inflação passaram da meta. Indagado sobre o aumento dos gastos públicos em ano eleitoral, disse que a economia, agora, vive um outro momento. E cobrou o governo federal. "É preciso ter uma atenção muito grande com a questão inflacionária. Isso exige um conjunto de medidas macroeconômicas, por isso, no nosso governo, estamos agindo com prudência."

 

 

Alckmin esteve em Botucatu, a 242 km de São Paulo, para inaugurar um Poupatempo e visitar obras. Indagado sobre a promessa de campanha, de reduzir as tarifas de pedágio das rodovias estaduais, mais caras que nas estradas federais, disse que a questão será analisada por órgãos especializados que ainda estão sendo escolhidos. Ele disse que não se pode comparar as tarifas, porque as rodovias federais quase não têm investimento. "O governo federal primeiro duplicou as estradas com dinheiro público para depois implantar os pedágios. Então, é apenas manutenção, enquanto no nosso programa são investimentos relevantes, que geram empregos."

 

 

Depois de vistoriar as obras de dois hospitais construídos pelo governo estadual - um deles será administrado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), enquanto o outro será um hospital mental -, Alckmin disse que a maioria dos hospitais filantrópicos do Estado está em crise porque a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), do governo federal, não é corrigida. "Todo mundo que atende pelo SUS tem um prejuízo enorme." Ele se dispôs a cobrar do Ministério da Saúde a correção da tabela. "O governo federal, que participava com 51% do financiamento do SUS, hoje entra com 41% e tem sobrecarregado as prefeituras e o Estado."

 

 

Perguntado sobre as falhas do programa Minha Casa Minha Vida - reportagem do Estado mostrou que os beneficiados estão deixando de pagar ou vendendo ilegalmente os imóveis - ele disse que São Paulo é o único Estado que investe 1% do ICMS, um recurso estadual, para fazer moradias. "Fizemos mais de 300 mil unidades e não tivemos problemas." Ele entregou títulos definitivos de propriedade dos imóveis para beneficiários de programas habitacionais de Conchas.

 

 

Novo Perfil

 

 

Prefeitos e políticos que participaram dos eventos em Botucatu não deixaram de notar o esforço do governador para dar um estilo próprio ao governo. Ao contrário de José Serra (PSDB), notável pelos atrasos, Alckmin foi extremamente pontual. No discurso, ao invés de insistir nas realizações, contou casos e usou citações. Fez questão de citar até ex-prefeitos e ex-vereadores. "O estilo do Serra era técnico, o Alckmin tem um lado político forte, por isso agrada mais", disse o prefeito de Cesário Lange, Ramiro de Campos (PSDB). Para o prefeito tucano de Campina do Monte Alegre, José Benedito Ferreira, Alckmin tem relacionamento mais pessoal com os políticos.

 

 

O governador disse que pretende estar mais perto da população. "Governo moderno é o que ouve e interage, com isso a gente erra menos." Depois de repetir que não está fazendo auditorias no governo de Serra, disse que sua preocupação é melhorar os serviços prestados à população e com menos gasto. "A população não aguenta que aumente mais imposto, então a única maneira é fazer melhor. Estamos dando continuidade a todas as obras e serviços que recebi em boas condições do Serra e do Goldman (Alberto Goldman, que sucedeu Serra na campanha presidencial) e vamos implementar novos programas em benefício da população."

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