Alckmin se comporta como candidato

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Por Agencia Estado
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), adotou nesta quarta-feira um comportamento de candidato em cinco municípios das regiões de Araçatuba e São José do Rio Preto, no interior do Estado de São Paulo. Apesar da postura, ele negou, novamente, ser candidato à reeleição ou a presidente em 2002. No povoado de Nova Palmira, em General Salgado, onde iniciou o roteiro, o governador misturou-se ao povo, logo após descer do helicóptero do governo do Estado. Alckmin recebeu flores e, bem-humorado, conversou com os eleitores sobre futebol. Em General Salgado, conforme o programa oficial, Alckmin deveria apenas entregar máquinas agrícolas a um consórcio de seis municípios e inaugurar o recapeamento de uma estrada vicinal. No entanto, ele também anunciou a construção de 60 casas populares e entregou remédios à prefeitura, na presença de centenas de populares, diante de um palanque armado na frente da igreja matriz. O prefeito de General Salgado, Ialcir Carlos Marques (PSDB), mais conhecido como "Cueca", iniciou o discurso, defendendo a reeleição de Alckmin. O povo aplaudiu, e o governador ficou impassível. Em seguida, "Cueca" fez uma série de pedidos, como dinheiro para asfalto, um gerador de energia destinado à Santa Casa de Misericórida e um carro para transportar alunos excepcionais. Alckmin prometeu atender a tudo. Estavam presentes 11 prefeitos de cidades próximas, que não puderam discursar, mas entregaram reivindicações por escrito ao governador. Terminada a solenidade, Alckmin misturou-se aos populares para conversar e posar em fotografias. Em Nova Luzitânia, onde a passagem do governador atraiu 19 prefeitos, o programa oficial da visita previa que ele faria apenas a entrega de mais máquinas agrícolas para outro consórcio formado por sete prefeituras. Porém, a exemplo do que aconteceu em General Salgado, o governador anunciou mais benefícios para a cidade, como 150 moradias, remédios, verba para recapeamento e um carro para transporte de estudantes. A praça principal, ao lado da qual foi armado o palanque da solenidade, estava repleta de faixas com frases de apoio ao governador. Uma delas dizia: "O povo de Nova Luzitânia quer Alckmin governador em 2002." Nos discursos feitos tanto em General Salgado como em Nova Luzitânia, Alckmin lembrou o ex-governador Mário Covas, que morreu neste ano, a quem chamou de professor. "Ele ensinou-nos que devemos estar junto do povo e respeitar o dinheiro público", declarou. Também atacou, indiretamente, o ex-prefeito Paulo Maluf. Sem citar o nome dele, Alckmin recomendou: "Não acreditem no rouba mas faz." O prefeito de Araçatuba, Jorge Maluly Netto (PFL), revelou ter acertado um encontro com o governador no Palácio dos Bandeirantes, nas próximas semanas, para tratar da possível filiação dele ao PSDB. Segundo Maluly, pelo menos 50 prefeitos do interior, que hoje estão no PFL e outros partidos menores, pretendem mudar-se para a legenda do governador. Depois de General Salgado e Nova Luzitânia, Alckmin visitaria Nhandeara, Nova Granada e São José do Rio Preto.

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