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Alckmin repete FHC e come buchada de bode

Candidato está em campanha para se tornar conhecido no nordeste

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em plena campanha para se tornar conhecido no Nordeste e tentar apagar a imagem de picolé de chuchu, o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, repetiu a estratégia do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, quando candidato à reeleição: na mesma cidade visitada por FHC, Monteiro, no sertão do Cariri, a 263 quilômetros de João Pessoa, ele comeu buchada de bode com pirão, ao som de repentistas que lhe fizeram loas em verso, chamando-o de futuro presidente. Também afagou um jumento, todo enfeitado, que iria abrir a final da sexta corrida de jegue do município, em Zabelê, município de menos de dois mil habitantes, a 20 quilômetros de Monteiro, e assistiu a uma apresentação de reizado - folguedo popular e religioso - na nave da igreja de Nossa Senhora das Dores, padroeira do local. Ali também ouviu a cantora Sandra Belê cantar aboios e canções ligadas ao sertão nordestino. O pré-candidato chegou a Zabelê sob chuva, depois de quatro dias de estiagem na área. Ele próprio considerou o fato um "bom presságio". Devido à chuva, Alckmin não pôde esperar para ver a disputa dos jegues - prêmio de R$ 3 mil para o vencedor - pois tinha de pegar o avião de volta para Campina Grande, onde, no final da tarde, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) o encontrou no aeroporto, para levá-lo a Juazeiro do Norte, no Ceará. Chiclete com banana é Alckmin Na intensa programação de menos de 24 horas na Paraíba, iniciada anteontem à noite, Alckmin recebeu declaração de voto do vocalista da banda baiana Chiclete com Banana, Bell Marques, em nome do grupo. Alckmin acompanhava o desfile dos trios elétricos na Micarande - carnaval fora de época - no camarote do Governo do Estado, quando, em meio a foguetório e chuva de papel picado, Bell deu uma pausa na música para dizer "Alckmin, estamos com você; é bom ter um dirigente à altura do País". A festa reuniu 200 mil pessoas em quatro dias. "Sou chicleteiro com muita alegria", afirmou Alckmin logo em seguida. Ao lado de Cássio Cunha Lima - todo o tempo cumprimentado, abraçado e assediado por eleitores especialmente do sexo feminino - Alckmin mantinha o jeito contido e deu tom de seriedade à comemoração dos correligionários, que garantiam que Bell Marques nunca tinha assumido seu voto daquela forma. "É uma festa popular, importante para o turismo e para a economia, fonte de emprego e renda", avaliou, ao destacar a influência do seu novo cabo eleitoral entre os jovens. Ontem, a maratona de Alckmin, todo o tempo entremeada de sessões de fotos com políticos e eleitores, teve início com um café da manhã no centro de convenções do Hotel Garden. Foi apresentado com muitos elogios por Cássio Cunha Lima para uma platéia que incluiu 13 deputados estaduais e dois federais, vereadores e prefeitos da região da Borborema, que tem pólo em Campina Grande e abrange 42 municípios. Depois, Alckmin visitou o bispo diocesano dom Jaime Vieira da Rocha, caminhou pelo centro da cidade, cumprimentou transeuntes e tomou cafezinho, antes de pegar o avião para o Cariri. "A visita foi muito proveitosa", avaliou, ao ressaltar as informações recebidas sobre a região, e enumerar algumas das medidas necessárias para o semi-árido: tratamento diferenciado, ênfase na saúde, educação, criação de emprego, apoio ao pequeno agricultor e ao microempresário. Sem esquecer, em cada discurso ou entrevista, de reafirmar que ninguém espere mágica para promover o desenvolvimento e reduzir as diferenças sociais.

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